Feirantes da Av. Beira Mar, em Fortaleza, distribuem cestas básicas para colegas necessitados

Cerca de 38 feirantes foram beneficiados durante ação na orla, nesta terça-feira (25)

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 21:26)
Feirantes recebem doações de colegas, nesta terça-feira, 25
Legenda: Feirantes recebem doações de colegas, nesta terça-feira, 25
Foto: Camila Lima

Sem trabalhar há cerca de cinco meses por causa do decreto de isolamento social em decorrência do novo coronavírus, feirantes de Artesanato da Avenida Beira Mar, em Fortaleza, se reuniram na tarde desta terça-feira (25) para distribuir cesta de alimentos para pelo menos 38 colegas também permissionários que estão passando por dificuldade durante a crise sanitária.

Além do gesto solidário, a ação também representa um apelo para a abertura dos boxes na Avenida. “Chegou ao limite. Não temos mais como esperar. Estamos vendo a necessidade das pessoas, dos nossos colegas, que estão vendendo o que têm em casa para colocar comida na mesa, já que muitos só sobrevivem desse trabalho”, declara Theodomiro de Araújo, um dos permissionários à frente da distribuição.

Conforme o colaborador, grande parte dos 663 permissionários passam por necessidades hoje. A arrecadação das cestas básicas foi feitas entre os próprios comerciantes, “aqueles que têm melhores condições, puderam ajudar”. Contudo, agora, Theodomiro menciona que também vai buscar ajuda com o governo “para os mais necessitados”.

Sem fonte de renda, a também feirante, Marília Rodrigues, de 34 anos, precisou deixar a filha na casa dos avós no começo da pandemia no Estado, ainda em março, para garantir a alimentação da criança. “A situação está muito difícil. Eu agradeço a Deus que ela [filha] tem os avós dela e está lá. Quando eu não tenho o que comer, vou na casa dos meus vizinhos e amigos, às vezes só faço duas refeições por dia”, diz. 

A permissionária vende jalecos na orla e, com a pandemia, precisou do auxílio emergencial, “mas só dá para pagar aluguel, água e luz”. “Nosso esforço é para voltar, com todos os cuidados, pra gente conseguir viver”.

Funcionamento

No último dia 17, mesmo sem autorização do governo para o retorno das feiras livres no Ceará, alguns feirantes insistiram em reabrir os boxes. De acordo com Theodomiro, a atitude foi uma medida de desespero. “Eles estavam aguardando a autorização do governo, mas transgrediram uma norma. Claro que não compactuamos com isso, nem a associação e nem a regional”.

“Essa abertura foi individual. Logo eles foram orientados a fecharem as tendas e cumprirem as ordem do Estado. Mas isso é a prova de que chegamos no limite. Precisamos retornar às atividades”, declara.

Doações

Apesar da arrecadação ter ocorrido, inicialmente, entre os feirantes, os alimentos arrecadados não são suficientes para beneficiar todos que precisam, segundo a também coordenadora da ação, Débora Barbosa Rodrigues. 

“Nós nos surpreendemos com a quantidade de gente ligando, chorando, pedindo comida. Passando necessidade mesmo”, expõe.

Para quem deseja doar, a coordenadora disponibilizou um número de celular para receber os mantimentos para os colegas: (85) 9 8713-0901.

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