Com atual acesso e ritmo de vacinação, Ceará levará até outubro para aplicar 1ª dose em prioridades

A baixa quantidade de imunizantes disponibilizada pelo Ministério da Saúde afeta a velocidade. Ainda assim, no Estado, do total recebido para 1ª dose, 74,57% foi aplicado.

Escrito por Thatiany Nascimento , thatiany.nascimento@svm.com.br
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Legenda: Desde o dia 20 de janeiro, a média diária é 10,5 mil pessoas recebendo a primeira dose da vacina
Foto: Thiago Gadelha

O Ceará projeta vacinar contra a Covid, ao menos, 2,8 milhões de pessoas dos grupos prioritários. Isso porque essas populações, que incluem, dentre outros, idosos e trabalhadores de algumas categorias, são as mais expostas ou mais vulneráveis ao vírus, seguindo uma ordem estabelecida pelo Ministério da Saúde, no Plano Nacional de Imunização. Porém, até agora, devido à escassez de vacinas, 730 mil pessoas receberam a 1ª dose do imunizante no Ceará. 

No Estado, as primeiras vacinas chegaram no dia 18 de janeiro. E desde o dia 20 de janeiro todos os 184 municípios passaram a ter oficialmente os imunizantes,  segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Até esta segunda-feira (29), passaram-se 69 dias de vacinação. Nesse intervalo, a média é de 10,5 mil pessoas recebendo a primeira dose a cada dia. 

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Com essa velocidade, ditada pela quantidade de vacinas disponíveis, o cálculo é de que seriam necessários mais 204 dias para garantir a aplicação da primeira dose nos 2,8 milhões de cearenses que são prioridades. Assim, somente no dia 19 de outubro de 2021 é que essa aplicação nos grupos prioritários seria finalizada.

No entanto, é importante ressaltar que o processo de imunização vem ganhando celeridade nos últimos dias, diante o acesso de novos lotes de vacinas no Ceará. Somente neste domingo (28), 18.377 idosos foram vacinados contra a Covid-19 em Fortaleza. O número é o novo recorde da Capital.  Em fevereiro, o Diário do Nordeste, projetou que o fim da imunização do grupo prioritário acontecia em dezembro, levando em conta que, na época,  uma média de 9,1 mil pessoas eram vacinadas por dia no Estado.

Intervalos dos dois imunizantes

As cidades do Ceará têm recebido tanto a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan em São Paulo, como a AstraZeneca, do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ao todo, o Estado recebeu 11 lotes de vacinas, que totalizaram 1,3 milhão de doses. Nesse quantitativo estão estoques utilizados para primeira e também para segunda dose. 

Os dois imunizantes têm intervalos distintos entre a primeira e a segunda. Após a primeira dose, quem recebe a Covonavac deve tomar a segunda entre 14 e 28 dias. Já quem é imunizado com a AstraZeneca o espaço é de 90 dias. 

No Ceará, desde o início do processo de vacinação, diante da lentidão do Governo Federal na negociação de vacinas, a gestão estadual tenta adquirir imunizantes por meios próprios.

Na mais recente ação, o governador Camilo Santana, anunciou, esse mês, que assinou e oficializou a compra de 5,87 milhões de doses da vacina russa, Sputnik V. A aquisição, se efetivada, deve acelerar o ritmo de imunização. 

Processo de imunização

Além dos idosos, índigenas, profissionais da saúde, dentre as 2,8 milhões de pessoas dos grupos prioritários, estão:

  • Pessoas com comorbidades
  • Quilombolas
  • Pessoas em situação de rua
  • Presos
  • Funcionários do sistema prisional
  • Trabalhadores da educação (ensino básico e superior)
  • Trabalhadores das forças de segurança e salvamento, das forças armadas, de transportes coletivos rodoviário, metroviário e ferroviário, do transporte aéreo e aquaviário:
  • Caminhoneiros
  • Trabalhadores portuários e industriais. 

No Brasil, o processo de vacinação sempre ocorreu por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que é reconhecidamente um dos mais bem-sucedidos do mundo.

Normalmente, o Governo Federal, coordena as ações, e as equipes ligadas às secretaria municipais conduzem a aplicação direta da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) em cada cidade. Contudo, na pandemia de Covid, a escassez de vacina tem afetado o ritmo de aplicação nos municípios. 

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Legenda: Os dois imunizantes têm intervalos distintos entre a primeira e a segunda.
Foto: José Leomar

Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu autorizar estados e municípios a comprar e a distribuir imunizantes contra a Covid-19, caso o Governo Federal não cumpra o Plano Nacional de Imunização ou em circustâncias nas quais as doses previstas sejam insuficientes.

No início de março, o Governo Federal sancionou uma lei que facilita a compra de vacinas pela União, pelos governos estaduais e municipais e pela iniciativa privada.

No dia 22 de março, foi instituído o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), para viabilizar a aquisição de imunizantes contra a Covid-19 para cerca de 2.600 municípios. Dentre eles, há 133 municípios cearenses. A estimativa é buscar a compra direta de ao menos 20 milhões de doses. 

 

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