O Ceará projeta vacinar contra a Covid, ao menos, 2,8 milhões de pessoas dos grupos prioritários. Isso porque essas populações, que incluem, dentre outros, idosos e trabalhadores de algumas categorias, são as mais expostas ou mais vulneráveis ao vírus, seguindo uma ordem estabelecida pelo Ministério da Saúde, no Plano Nacional de Imunização. Porém, até agora, devido à escassez de vacinas, 730 mil pessoas receberam a 1ª dose do imunizante no Ceará.
No Estado, as primeiras vacinas chegaram no dia 18 de janeiro. E desde o dia 20 de janeiro todos os 184 municípios passaram a ter oficialmente os imunizantes, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Até esta segunda-feira (29), passaram-se 69 dias de vacinação. Nesse intervalo, a média é de 10,5 mil pessoas recebendo a primeira dose a cada dia.
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Intervalos dos dois imunizantes
As cidades do Ceará têm recebido tanto a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan em São Paulo, como a AstraZeneca, do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ao todo, o Estado recebeu 11 lotes de vacinas, que totalizaram 1,3 milhão de doses. Nesse quantitativo estão estoques utilizados para primeira e também para segunda dose.
Os dois imunizantes têm intervalos distintos entre a primeira e a segunda. Após a primeira dose, quem recebe a Covonavac deve tomar a segunda entre 14 e 28 dias. Já quem é imunizado com a AstraZeneca o espaço é de 90 dias.
No Ceará, desde o início do processo de vacinação, diante da lentidão do Governo Federal na negociação de vacinas, a gestão estadual tenta adquirir imunizantes por meios próprios.
Na mais recente ação, o governador Camilo Santana, anunciou, esse mês, que assinou e oficializou a compra de 5,87 milhões de doses da vacina russa, Sputnik V. A aquisição, se efetivada, deve acelerar o ritmo de imunização.
Processo de imunização
Além dos idosos, índigenas, profissionais da saúde, dentre as 2,8 milhões de pessoas dos grupos prioritários, estão:
- Pessoas com comorbidades
- Quilombolas
- Pessoas em situação de rua
- Presos
- Funcionários do sistema prisional
- Trabalhadores da educação (ensino básico e superior)
- Trabalhadores das forças de segurança e salvamento, das forças armadas, de transportes coletivos rodoviário, metroviário e ferroviário, do transporte aéreo e aquaviário:
- Caminhoneiros
- Trabalhadores portuários e industriais.
No Brasil, o processo de vacinação sempre ocorreu por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que é reconhecidamente um dos mais bem-sucedidos do mundo.
Normalmente, o Governo Federal, coordena as ações, e as equipes ligadas às secretaria municipais conduzem a aplicação direta da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) em cada cidade. Contudo, na pandemia de Covid, a escassez de vacina tem afetado o ritmo de aplicação nos municípios.
Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu autorizar estados e municípios a comprar e a distribuir imunizantes contra a Covid-19, caso o Governo Federal não cumpra o Plano Nacional de Imunização ou em circustâncias nas quais as doses previstas sejam insuficientes.
No início de março, o Governo Federal sancionou uma lei que facilita a compra de vacinas pela União, pelos governos estaduais e municipais e pela iniciativa privada.
No dia 22 de março, foi instituído o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), para viabilizar a aquisição de imunizantes contra a Covid-19 para cerca de 2.600 municípios. Dentre eles, há 133 municípios cearenses. A estimativa é buscar a compra direta de ao menos 20 milhões de doses.