Balneário do Boi Morto é esvaziado para evitar risco com o rompimento de barragem em Ubajara

Água que chega ao balneário vem do açude Granjeiro, que está com risco de rompimento

Escrito por Redação ,
Legenda: Parte da água que abastece o balneário vem da barragem de Granjeiro
Foto: Reprodução

O Balneário do Boi Morto, situado em Ubajara, começou a ser esvaziado neste domingo (17) para evitar risco de inundação com o possível rompimento da barragem do açude Granjeiro. A barragem, desde a terça-feira (13), vem sendo avaliada pela Defesa Civil, que atestou a probabilidade de um rompimento da estrutura.  

O local, junto com a Cachoeira do Boi Morto, é um dos principais pontos turísticos da região da Ibiapaba e tem parte da água do reservatório vinda do açude Granjeiro.  

Com o risco de rompimento da barragem, as comportas do balneário foram abertas como medida preventiva para evitar maiores inundações.

A medida é mais uma das realizadas neste domingo (18) no município. Estão sendo retiradas de áreas de risco 513 famílias que vivem em comunidades rurais no entorno da barragem do açude Granjeiro.

A maioria das famílias estão sendo realocadas para casas de parentes e outras foram encaminhadas para o Santuário da Mãe Rainha, localizado no Bairro São Sebastião. Doações de alimentos, cobertores e colchões estão sendo realizados no local. Mas, mesmo com o risco, há pessoas que resistem em sair.

Equipes da Secretaria de Recursos Hídricos do Governo do Ceará (SRH) e da Agência Nacional de Águas (ANA)  estão no local realizando trabalhos de reforço da barragem.

Precariedade dos reservatórios particulares desperta preocupação

O Sistema Verdes Mares mostrou nesta semana os riscos que barragens particulares construídas de forma precária causam e a dificuldade de fiscalização dos órgãos competentes. 

Chegam a milhares os barreiros e açudes construídos de forma aleatória em propriedades particulares do sertão cearense, represando riachos e córregos em benefício de um limitado número de pessoas.

A maioria delas é feita sem acompanhamento técnico ou por engenheiro e empresa especializada em obra hidráulica e geologia. Além do risco de rompimento da estrutura, represar afluentes sem estudo prévio pode gerar impactos negativos em açudes de grande importância para o Estado.

De acordo com a SRH, "todas as barragens, independentemente das especificações técnicas, devem ser obrigatoriamente outorgadas e incorporadas ao Cadastro Estadual de Barragens.