Influenciadoras acusadas de racismo contra crianças prestam depoimento no RJ
Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves estiveram na Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância nesta segunda (12)
Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, influenciadoras investigadas em inquérito de racismo contra duas crianças, compareceram à Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), no Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (12), para prestar depoimento sobre o caso.
As duas, mãe e filha, deveriam ter prestado depoimento na última terça-feira (6), mas a remarcação da data foi aceita após pedido da advogada de defesa das duas.
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Além delas, a Decradi também deve ouvir, ainda nesta segunda, o motorista de aplicativo humilhado por elas durante uma corrida ainda em 2021.
Caso de racismo
Kérollen e Nancy publicaram vídeos em que aparecem entregando um macaco de pelúcia, uma banana e dinheiro para duas crianças abordadas em uma rua do Rio de Janeiro.
No vídeo, Kérollen conversa com um menino negro e questiona se ele gostaria de um presente ou R$ 10. Escolhendo o pacote, ele descobre que uma banana havia sido colocada dentro do embrulho.
A especialista em Direito antidiscriminatório Fayda Belo foi a responsável por denunciar as duas pela prática denominada "racismo recreativo".
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Nesse caso, ele ocorre quando alguém utiliza de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão". Além do primeiro vídeo citado, Nancy também aparece ao lado de uma criança em outro registro, quando uma menina negra recebe dela um macaco de pelúcia como suposto presente.
Já em 2021, as duas aparecem em um clipe dentro de um carro de aplicativo no qual reclamam do cheio do carro e citam o cabelo do motorista como causa.
"Cheiro de bicho morto", diz a filha quando ouve da mãe que o veículo estaria com "cheiro de podre". "Acho que é por causa desse cabelo", cita a mais velha ao mexer na cabeça do motorista de aplicativo.
Conforme apuração da Decradi, os vídeos foram gravados em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, onde elas duas vivem, no bairro Jardim Catarina.
Elas têm mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no TikTok. O vídeo das crianças foi apagado da conta e elas afirmam que "não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias".