Incêndio atinge prédio da UFRJ no Rio de Janeiro; documentos do século XIX estavam no local
O Corpo de Bombeiros informou não haver feridos na ocorrência
Um incêndio atingiu, nesta terça-feira (20), o segundo andar do prédio que abriga a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. As chamas, que teria sido originadas de um aparelho de ar-condicionado, já foram controladas. O Corpo de Bombeiros informou não haver feridos na ocorrência.
Conforme a UFRJ, o fogo atingiu a área ocupada pela Procuradoria Federal da instituição. "Informações preliminares constataram que não houve vítimas e que o ocorrido teria origem em um aparelho de ar-condicionado", declarou a assessoria da instituição.
"Um desastre", lamentou o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha. A universidade informou, em nota, que será aberta sindicância para apurar o incidente. O texto ainda acrescenta que "um projeto básico para prevenção e combate a incêndios, elaborado pelo Escritório Técnico da Universidade (ETU), aguarda orçamento do governo federal para aplicação".
Documentos do século XIX
Conforme o professor e astrônomo do Observatório do Valongo da UFRJ, Thiago Gonçalves, no local havia documentos históricos.
"Essa é a infraestrutura que temos para secar documentos do século XIX que estavam no prédio", escreveu o docente em uma rede social.
Segundo a Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj), o acervo está sendo resgatado do incêndio sem danos. No entanto, o risco de se perdê-lo, que é um dos mais importantes do país, é uma ameaça à História do Brasil, explica a pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Documentação (NPD) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, Maria Cristina Cabral, ao O Globo.
Projetos arquitetônicos como o da Câmara dos Vereadores do Rio e do Museu de Arte Moderna (MAM) estão no acervo do local e compõem um conjunto de documentos importantes para a área e o País.
Incêndio no Museu Nacional
Não é a primeira vez que um prédio da UFRJ é vítima de incêndio. Em setembro de 2018, o Museu Nacional, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, foi consumido pelas chamas de grande proporções.
O inquérito concluído em julho de 2020 apontou que o incêndio se iniciou em um aparelho de ar-condicionado no Auditório Roquette Pinto, no primeiro andar, bem próximo à entrada principal do museu. Assim como no museu, o incêndio desta terça-feira pode ter a mesma origem causal, conforme informou a UFRJ.
Relembre a tragédia