Frei Gilson, conhecido por lives de quaresma, remove mais de mil vídeos do YouTube após críticas, diz jornal

Além do alcance de lives para os fiéis, frei ultrapassou os círculos religiosos e ganhou projeção nacional devido a declarações controversas

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(Atualizado às 12:01)
Imagem de Frei Gilson se apresentando em show na web emocionante, com sorriso no rosto e microfone na mão, transmitindo alegria e música ao público.
Legenda: A remoção dos conteúdos do canal vem ao mesmo tempo em que falas polêmicas do católico estão sendo resgatadas por internautas.
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Conhecido por transmissões ao vivo no YouTube, Frei Gilson realizou uma "limpa" em seu canal nas últimas semanas. O religioso católico removeu mais de mil vídeos da plataforma após ser alvo de críticas de grupos de esquerda. A informação foi levantada pelo jornal O Globo, com base em dados da ferramenta Social Blade, que monitora estatísticas de redes sociais. Ao todo, o frei excluiu ou tornou privados cerca de 1,4 mil vídeos.

Vídeos removidos do canal de Frei Gilson no Youtube

De acordo com a publicação, as remoções ocorreram entre sexta-feira (14) e sábado (15), período em que 1.294 vídeos foram retirados do ar. Já na segunda-feira (17), outros 156 conteúdos deixaram de estar disponíveis no canal.

Apesar da polêmica, Frei Gilson tem conquistado ainda mais relevância, com um expressivo crescimento no número de inscritos. Em aproximadamente 15 dias, o canal dele ganhou 840 mil novos seguidores. Até esta quinta-feira (20), o católico já acumula 7 milhões de inscritos no canal, com 3,1 mil vídeos publicados.

Frei Gilson no canal Som do Monte, apresentando conteúdos e pregações sobre a fé e espiritualidade.
Legenda: Até esta quinta-feira (20), o católico já acumula 7 milhões de inscritos no canal.
Foto: Reprodução / YouTube

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Polêmicas e reações

Além do alcance das lives para os fiéis, o frei ultrapassou os círculos religiosos e ganhou projeção nacional devido a declarações controversas. Embora nunca tenha declarado apoio direto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acabou sendo associado a ele por seus seguidores.

Em junho de 2021, durante uma transmissão ao vivo em Brasília, Frei Gilson apareceu cercado por bandeiras do Brasil e fez uma oração pedindo que Nossa Senhora livrasse o País do “flagelo do comunismo”.

A Polícia Federal incluiu seu nome em documentos relacionados à investigação sobre a tentativa de golpe que envolve Bolsonaro e aliados. O religioso, no entanto, não é investigado, mas foi citado por ter recebido a chamada "oração do golpe", proferida pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que foi indiciado pela PF.

Ativo no YouTube desde 2016, Frei Gilson viu a audiência crescer significativamente durante a pandemia, especialmente com as transmissões ao vivo – um formato que manteve nos anos seguintes, principalmente durante o período da Quaresma.

Neste ano, suas lives diárias às 4h da manhã em razão da Quaresma da Igreja Católica têm grande repercussão, chegando a mais de um milhão de espectadores simultâneos. Com a crescente exposição, internautas resgataram falas polêmicas do frei.

POLÊMICAS NO DIA DA MULHER

No último sábado (8), Dia Internacional da Mulher, viralizou um vídeo de 2024 em que ele defendia a submissão feminina com base na Bíblia. Durante a transmissão, citou um trecho do Livro de Efésios, no Novo Testamento. "Estou lendo a Bíblia para vocês. Quero todas lendo comigo bem alto: As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor, pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da igreja'", diz o frei durante a transmissão.

As declarações geraram forte reação, especialmente de setores da esquerda, enquanto apoiadores da direita saíram em sua defesa. O ex-presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para manifestar apoio. "Cada vez mais se apresenta como um fenômeno em oração, reunindo milhões pela palavra do Criador. Por isso, vem sendo atacado pela esquerda", escreveu Bolsonaro.

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