Alunos de Medicina da USP que sofreram golpe cancelam vaquinha após acordo para festa de formatura

Estudante desviou R$ 927 mil de comissão de formatura

Escrito por Redação ,
Estudante de medicina que desviou dinheiro de formatura da USP sorrindo em foto
Legenda: Alicia teria desviado cerca de R$ 927 mil do fundo de formatura da própria turma.
Foto: Reprodução

Os alunos da 106ª turma de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que sofreram golpe por uma colega de turma, suspenderam a vaquinha divulgada anteriormente para financiar a festa de formatura.

Em publicação no sábado (4), a comissão da turma explica que, após acordo entre a empresa Ás Formaturas e o Grupo Toy, eles terão uma festa nos mesmos moldes do projeto inicial

"Vamos parar as arrecadações extras e devolver o dinheiro que já foi arrecadado aos doadores", diz o comunicado. Não foi informado o valor arrecadado até o momento. 

A comissão diz ainda que segue buscando parcerias. "Agradecemos muito a todos que se mobilizaram em nos ajudar e também as empresas que estão atuando neste momento", afirma.

Os formandos anunciaram o financiamento coletivo em janeiro, na tentativa de suprir o desvio de quase R$ 1 milhão feito pela colega. A comissão tentou chamar a atenção de marcas e famosos, como a cantora Anitta e o streamer Casimiro.

Desvio milionário

Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, foi indiciada pela Polícia Civil por apropriação indébita devido à suspeita de desvio de R$ 927 mil da comissão de formatura. A jovem já foi associada à lavagem de dinheiro e estelionato em outro caso no último ano.

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A jovem declarou que buscou investir o valor, mas perdeu dinheiro por não ter conhecimento em finanças. Posteriormente, tentou recuperar o valor perdido jogando na loteria. Alicia chegou a ganhar cinco vezes na loteria em 2022. 

No entanto, investigações conduzidas pelo 16º Distrito Policial apontaram que a estudante também usou parte do montante para cobrir despesas pessoas. Os gastos no cartão de crédito subiram de R$ 2 mil para R$ 7 mil

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) se posicionou contra o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, entendendo se tratar de um crime de estelionato e não de apropriação indébita. A polícia deve, portanto, retomar o inquérito. 

A suspeita chegou a solicitar o tratamento da faculdade em 24 de janeiro, e voltou a frequentar a instituição na última semana.

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