Veja o que se sabe sobre o atentado sofrido por Donald Trump em comício nos EUA
Este era o último comício de Trump antes da convenção republicana, a partir de segunda-feira (15)
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano às eleições de novembro, pronunciou-se após atentado durante comício eleitoral realizado nesse sábado (13), no estado da Pensilvânia.
"Fui baleado com uma bala que perfurou a parte superior da minha orelha direita", disse Trump logo após o atentado na cidade de Butler, num estado crucial nas eleições presidenciais.
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O que se sabe do atentado
O FBI identificou o autor dos disparos como Thomas Matthew Crook, de 20 anos, que foi morto. O atirador estava posicionado sobre um telhado a 120 metros de distância do palco do comício, com um fuzil AR-15.
Logo após os tiros, Trump levou a mão à orelha e jogou-se no chão atrás do púlpito, sendo cercado por agentes do serviço secreto. Depois de alguns instantes, ele se levantou, despenteado e sem seu boné vermelho, escoltado. "Deixem-me pegar meus sapatos", foi ouvido dizendo.
O ex-presidente saiu do palco erguendo o punho e escoltado por seguranças. Um participante do comício morreu e outros dois estão em estado crítico, segundo o serviço secreto, embora o promotor do condado de Butler, Richard Godlinger, tenha falado apenas de um ferido grave.
Segundo o promotor, o autor dos disparos estava "em um ponto alto" fora do recinto onde o magnata republicano realizava seu comício e também morreu logo após o incidente. Na versão dos serviços secretos, o agressor foi "neutralizado".
"Não sei como ele chegou ao local onde estava, mas estava fora do recinto. E acho que vamos precisar descobrir como ele chegou lá", disse o Godlinger.
"O presidente Trump agradece às forças da lei e aos primeiros socorristas pela rápida ação durante este ato atroz. Ele está bem e está sendo examinado em um centro médico local. Haverá mais detalhes", disse seu porta-voz de campanha, Steven Cheung, em um comunicado.
Trump no comício
Trump, de 78 anos, acabava de começar seu discurso com uma de suas habituais e violentas críticas sobre a entrada massiva de migrantes no país, cuja culpa atribui ao atual presidente democrata, Joe Biden, e possível adversário no pleito.
Este era o último comício de Trump antes da convenção republicana que está programada para acontecer em Milwaukee (Wisconsin) a partir de segunda-feira (15). Sua equipe anunciou que ele mantém a sua participação no evento, em que deve ser oficialmente nomeado como candidato para enfrentar Joe Biden nas eleições de 5 de novembro.
Repercussão
Um funcionário da Casa Branca anunciou que Biden conversou com Trump sobre o incidente na tarde de sábado. Os detalhes do ataque lhe serão repassados, contudo, apenas na manhã deste domingo (14).
Mesmo assim, o presidente declarou que "não há lugar para este tipo de violência". Na nota publicada nas redes sociais, disse, ainda, que ficou "agradecido por saber que ele (Trump) está a salvo e bem".
O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, também se pronunciou. "Horrorizado", disse
O ex-presidente Barack Obama foi outro que usou as redes para reagir ao atentado, dizendo que se sentia "aliviado" por Trump "não ter sido gravemente ferido" e aproveitando para pedir "civismo e respeito à política".
'Eleição existencial'
As consequências deste acontecimento para a campanha são imprevisíveis. Nos últimos dias, a atenção estava voltada para o estado físico e mental de Joe Biden, de 81 anos, e sua capacidade de enfrentar Donald Trump, após seu desastroso debate de 27 de junho.
Uma dúzia de deputados agora pede que ele se retire da corrida presidencial.
A vice-presidente Kamala Harris, uma possível alternativa a Biden, voltou a assegurar sua lealdade e confiança ao atual presidente, em um evento de campanha na Filadélfia, pouco antes do comício de Donald Trump.
"Esta é a eleição mais existencial, consequente e importante de nossas vidas e sempre soubemos que seria difícil", disse.