Trump reforça plano de assumir controle da Groenlândia: 'Odeio colocar dessa forma, mas teremos que tê-la'
As autoridades do território rebatem que a ilha 'não está à venda, mas está aberta para negócios'
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, subiu o tom ao reforçar o plano de assumir o controle da Groenlândia, em declaração antes de uma polêmica visita de seu vice-presidente, JD Vance, à ilha autônoma da Dinamarca nesta quarta-feira (26). "Precisamos da Groenlândia para a segurança internacional. Precisamos dela. Temos que tê-la", afirmou Trump.
Durante uma entrevista ao podcaster Vince Coglianese, Trump foi categórico: "Odeio dizer isso assim, mas vamos ter" que tomar posse desse imenso território ártico, completou.
O governo dinamarquês criticou duramente a visita do vice JD Vance, classificando-a como "pressão inaceitável".
O plano de Trump para controlar a Groenlândia é antigo. O presidente já havia revelado isso durante seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, e desde a reeleição voltou à ofensiva. As autoridades do território rebatem que a ilha "não está à venda, mas está aberta para negócios".
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Groenlândia
A Groenlândia integra um território de 57 mil habitantes, quase 90% deles inuítes, e dispõe de autonomia dentro da Dinamarca, que mantém competência em diplomacia, defesa e política monetária.
A maioria da população e todos os partidos políticos defendem a independência do território, embora haja divergências sobre o ritmo desse processo. A ilha aguarda atualmente a formação de um novo governo após as eleições legislativas de 11 de março, que deram a vitória à oposição de centro-direita.
O governo em fim de mandato pediu, em um comunicado no Facebook, "a todos os países que respeitem esse processo" e afirmou que "não enviou nenhum convite para visitas, sejam elas privadas ou oficiais".
Em uma pesquisa realizada no final de janeiro, a população groenlandesa demonstrou ampla rejeição a uma possível compra por parte de Washington.
A Groenlândia possui hidrocarbonetos e recursos minerais essenciais para a transição energética, mas pouco explorados, em parte devido ao clima extremo e à falta de infraestrutura.