Trump cogita negociar com Maduro e amplia ação no Caribe

Segundo ele, há interesse do lado venezuelano em dialogar.

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Redação producaodiario@svm.com.br
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala com repórteres antes de embarcar no Air Force One em 16 de novembro de 2025 no Aeroporto Internacional de Palm Beach, em West Palm Beach, Flórida.
Legenda: Trump passou o fim de semana em seu Mar-A-Lago Club em Palm Beach, Flórida.
Foto: ROBERTO SCHMIDT / GETTY IMAGES AMÉRICA DO NORTE / Getty Images via AFP.

Em meio a uma crescente tensão militar no Caribe e no Pacífico, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu, nesse domingo (16) a possibilidade de iniciar um diálogo com o líder venezuelano, Nicolás Maduro. As informações são da National Public Radio e da BBC.

A menção ocorre enquanto Washington intensifica presença naval na região, em uma operação iniciada em setembro oficialmente voltada ao combate ao narcotráfico, mas que Caracas denuncia como uma manobra para tentar derrubar o governo.

Durante uma conversa com jornalistas no aeroporto internacional de Palm Beach, na Flórida, Trump sinalizou abertura a uma comunicação direta com o presidente venezuelano. "Poderíamos ter algumas discussões com Maduro e ver o que acontece", afirmou.

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Segundo ele, há interesse do lado venezuelano em dialogar, embora admita incerteza sobre o desfecho: "Eles gostariam de conversar. O que isso significa? Você me diz, eu não sei... Eu conversaria com qualquer um".

Paralelamente, Washington mantém uma ofensiva jurídica e diplomática contra Maduro, oferecendo 50 milhões de dólares pela captura do venezuelano, sob a acusação de liderar o suposto Cartel de los Soles.

Classificação de organização terrorista estrangeira

Pouco antes das declarações de Trump, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou a intenção de classificar oficialmente o Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira.

Em comunicado, Rubio afirmou: "O 'Cartel de los Soles' e outras 'FTO' (organizações terroristas estrangeiras) designadas, incluindo o Trem de Aragua e o Cartel de Sinaloa, são responsáveis pela violência terrorista (...), assim como pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa".

A medida, segundo ele, entrará em vigor em 24 de novembro. Rubio reforçou ainda que "nem Maduro, nem seus cúmplices representam o governo legítimo da Venezuela" e reiterou o compromisso americano de "continuar utilizando todas as ferramentas disponíveis para proteger nossos interesses de segurança nacional e negar fundos e recursos aos narcoterroristas".

As ações dos Estados Unidos incluem, desde julho, sanções do Departamento do Tesouro contra o Cartel de los Soles, classificado como uma Entidade Terrorista Global Especialmente Designada por supostamente fornecer apoio a organizações criminosas latino-americanas.

A mobilização militar americana já resultou na morte de pelo menos 83 pessoas acusadas de transportar drogas em águas internacionais, de acordo com uma contagem baseada em dados públicos. Washington, porém, não apresentou provas de que os alvos eram, de fato, narcotraficantes. A presença de navios de guerra e do porta-aviões USS Gerald Ford próximo às águas venezuelanas intensificou o clima de instabilidade.

No sábado, Maduro criticou novos exercícios conjuntos entre Estados Unidos e Trinidad e Tobago, classificando o anúncio como "irresponsáveis", e afirmou ser necessário "fazer tudo pela paz", citando inclusive um trecho da canção Imagine, de John Lennon.

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