
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou nesta quinta-feira (16), que uma "crise de última hora" com o Hamas está impedindo a aprovação israelense do acordo aguardado para interromper os combates na Faixa de Gaza que irá libertar dezenas de reféns.
A trégua, anunciada pelos mediadores Catar e Estados Unidos na quarta-feira (15), entraria em vigor no domingo (19) e envolveria a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, o que, uma vez concluída, encerraria a guerra de mais de 15 meses que deixou milhares de mortos em Gaza.
Em comunicado, Netanyahu alegou que seu gabinete não se reunirá para aprovar o acordo até que o Hamas recue, o acusando de renegar partes do acordo na tentativa de obter concessões de última hora. Também advertiu que não se reunirá para aprovar o pacto "até que os mediadores tenham notificado Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo", acrescentou o texto.
O principal líder do Hamas, Sami Abu Zuhri, negou as acusações, dizendo que "não têm fundamentos".
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Bombardeios
A Defesa Civil em Gaza disse que Israel bombardeou várias áreas do território palestino desde o anúncio do acordo, matando pelo menos 73 pessoas e ferindo centenas.
Após mais de um ano de impasse, as negociações indiretas entre Israel e o Hamas aceleraram nos últimos dias antes que o presidente americano, Joe Biden, seja sucedido pelo republicano Donald Trump na próxima segunda-feira (20).
Vários países e organizações acolheram o pacto, que foi comemorado na Faixa de Gaza devastada pela guerra que eclodiu em 7 de outubro de 2023, após um sangrento ataque do Hamas a Israel que deixou 1.210 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Comandos islamistas também levaram 251 pessoas para Gaza, algumas já mortas. O Exército israelense estima que 94 ainda estão detidas, embora 34 estejam mortas.
Os "detalhes finais" do acordo ainda estão sendo elaborados, confirmou o Executivo de Netanyahu, que deve se reunir nesta quinta-feira (16) para revisar e aprovar o projeto de lei.
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