Equador declara estado de exceção após fuga de chefe de facção da prisão; entenda o que significa

Presidente ordenou um toque de recolher por 60 dias

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Soldados montam guarda do lado de fora do Palácio Presidencial Carondelet, no centro de Quito
Legenda: Equador enfrenta onda de violência nos últimos anos com sequestros de policiais, traficantes que fugiram da prisão, tumultos em presídios, ataques com explosivos nas ruas e o tráfico de drogas
Foto: AFP

Daniel Noboa, presidente do Equador, decretou, nesta segunda-feira (8), estado de exceção em todo o país, inclusive no sistema penitenciário, após a fuga do chefe da maior facção criminosa de um presídio em Guayaquil.

O anúncio do mandatário foi feito em publicação no Instagram. "Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir" nas ruas e centros de reclusão, escreveu ele.

O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (das 01h às 07h em Brasília). 

A ação de Noboa, que assumiu a Presidência em novembro por um ano e meio ao ser eleito em uma votação antecipada, deve mobilizar os militares às ruas e sua entrada nos presídios, em alusão a uma "grave comoção interna" na nação, assim como a suspender os direitos civis.

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Fuga de chefe de facção

O Ministério Público informou na segunda-feira (8), por meio da rede social X, que apresentou acusações contra dois funcionários de presídio "que estariam envolvidos na fuga" do chefe criminoso Adolfo Macías, conhecido como Fito.

Fito é considerado líder de Los Choneros, quadrilha mais temida do Equador, que disputa de forma violenta as rotas do narcotráfico com outros grupos criminosos com ligações com cartéis do México e da Colômbia. O homem desapareceu no domingo de um presídio de Guayaquil, onde cumpria sentenças por 34 anos.

O secretário de Comunicações do governo, Roberto Izurieta, afirmou na segunda-feira ao canal Teleamazonas que "o mais provável" é que houve "vazamentos" na prisão sobre uma operação iminente de segurança e que Fito fugiu "horas antes".

Noboa acrescentou que seu governo "empreendeu ações" que "permitam recuperar o controle" das prisões, transformadas em centros de operação de organizações do narcotráfico.

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