Combinação de DNA permite identificação de vítima de canibalismo do século XIX no ártico canadense

O homem foi identificado a partir da combinação do DNA de um de seus descendentes diretos com um dente deixado para trás na ilha do Rei Guilherme, no Canadá

Escrito por Redação ,
Legenda: Anne Keenleyside pesquisou o destino da expedição Franklin e co-investigou estudos que identificaram supostos restos mortais de marinheiros e apoiaram relatos inuítes do século XIX sobre canibalismo entre a tripulação de Franklin
Foto: McMaster University

Um sofisticado método de correspondência de DNA permitiu que pesquisadores identificassem os restos mortais do capitão James Fitzjames, terceiro oficial de maior patente de uma expedição de 128 homens que deixaram a Inglaterra em busca da Passagem Noroeste, em 1845. A informação é do The New York Times.

Os 128 homens morreram no Ártico canadense. Conforme as pesquisas a partir da correspondência de DNA, Fitzjames morreu em 1848 quando tentava escapar do gelo com outros membros da tripulação.

Veja também

Fitzjames é a segunda pessoa da expedição a ser identificada e o primeiro membro da tripulação definitivamente conhecido por ter sido vítima de canibalismo.

O homem foi identificado a partir da combinação do DNA de um de seus descendentes diretos com um dente deixado para trás na ilha do Rei Guilherme, no Canadá, onde alguns membros da tripulação se abrigam após fugirem de dois navios presos no gelo.

Em 2021, o suboficial John Gregory foi identificado a partir do mesmo método.

Expedição

A última mensagem escrita conhecida da expedição Franklin afirmava que, até então, 24 pessoas haviam morrido e a tripulação sobrevivente estava abandonando os navios após passar 19 presa no gelo.

O consumo de carne humana pode ter feito parte da realidade da tripulação. Povos locais já haviam contado que se depararam com evidências do canibalismo. Marcas de corte na mandíbula de Fitzjames indicam um desmembramento pós-morte, provavelmente, com faca, de acordo com o arqueólogo Douglas Stenton, que junto de sua equipe identificou Fitzjames.

De 13 restos distintos encontrados no local na ilha, quatro possuem sinais de canibalismo.

Anne Keenleyside pesquisou o destino da expedição Franklin e co-investigou estudos que identificaram supostos restos mortais de marinheiros e apoiaram relatos de povos locais do século XIX sobre canibalismo entre a tripulação de Franklin.

Assuntos Relacionados