Atentado contra Trump deve ser investigado por força-tarefa independente, anuncia Biden
Democrata afirmou ter pedido ao Serviço Secreto americano para revisar "todas as medidas de segurança" da Convenção Nacional Republicana
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a criação de uma força-tarefa independente para investigar a tentativa de assassinato contra o ex-presidente Donald Trump durante um comício na Pensilvânia, no último sábado (13).
Biden afirmou em pronunciamento diretamente da Casa Branca neste domingo (14) que pediu ao Serviço Secreto americano para revisar "todas as medidas de segurança" da Convenção Nacional Republicana. O evento começará nesta segunda-feira e durará até quinta-feira.
"Eu me dirigi ao chefe do Serviço Secreto para revisar todas as medidas de segurança para a Convenção Nacional Republicana, marcada para começar amanhã. Pedi uma unidade independente de segurança nacional para [investigar] o comício de ontem, para descobrir exatamente o que aconteceu. E nós vamos compartilhar os resultados dessa unidade independente com o povo americano", afirmou.
O presidente também disse que "não há lugar nos EUA para este tipo de violência" e pediu para que a população não crie especulações sobre as motivações do atirador e "deixem o FBI fazer o seu trabalho". As informações são do jornal O Globo.
"A tentativa de assassinato [de Trump] é contra tudo o que nós apoiamos enquanto nação. O FBI está liderando essa investigação, que ainda está nos seus estágios iniciais. Nós ainda não temos nenhuma informação sobre a motivação do atirador. Nós sabemos quem ele é. A todos, por favor, não façam especulações sobre as suas motivações, deixem o FBI fazer o seu trabalho".
"Conversa breve, mas boa"
Biden confirmou ter falado com Trump ainda na noite de sábado, classificando a conversa como "breve, mas boa". Em uma declaração logo após o ocorrido, o presidente, que no momento do atentado estava em Rehoboth Beach, Delaware, já havia sinalizado que planejava conversar com o adversário. Na ocasião, ele condenou a violência política e pediu união nacional, discurso reforçado no pronunciamento deste domingo.
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O presidente americano retornou para Washington ainda no sábado e passou a manhã de domingo acompanhando as atualizações sobre a investigação na Sala de Crise da Casa Branca. Segundo uma fonte ouvida pelo New York Times, a campanha democrata decidiu adiar para semana que vem uma viagem do presidente para Austin, no Texas, prevista para esta segunda.
A vice-presidente Kamala Harris também postergou uma viagem para Palm Beach, na Flórida, marcada para terça-feira, para poder acompanhar o caso, informou uma fonte da campanha democrata. Logo após o atentado, Harris agradeceu às autoridades que prestaram ajuda e disse estar aliviada por Trump não ter ficado gravemente ferido.
Relembre o caso
Trump foi vítima de uma tentativa de assassinato por um franco-atirador de 20 anos identificado como Thomas Matthew Crooks, morto após os tiros portando um fuzil AR-15. O ex-presidente discursava para apoiadores em um comício na cidade de Butler no momento dos disparos, e sofreu ferimentos leves na orelha direita.
O atentado também vitimou o apoiador do ex-presidente Corey Comperatore. Segundo o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, ele era bombeiro e estava com a esposa e suas duas filhas no comício. Ele foi morto enquanto abraçava a família para protege-la.