Argentina que atropelou brasileiros em Buenos Aires foi sócia de restaurante de Paola Carosella em SP
Patricia Scheuer ficou presa preventivamente por cerca de 30 horas. A empresária gastronômica e ex-atriz vai responder ao processo em liberdade
Patricia Scheuer, a motorista que atropelou um casal de brasileiros na quarta-feira (1º), em Buenos Aires, foi sócia do restaurante Arturito, de Paola Carosella, em São Paulo (SP). A informação foi confirmada pela chef argentina à CNN.
Por 15 anos, o empreendimento funcionou no bairro de Pinheiros. Em 2024, houve uma mudança e o negócio passou a funcionar nos Jardins, na rua Chabad, 124, em São Paulo.
Segundo Carosella, Scheuer foi sócia do Arturito no início da instalação do negócio. “Em 2014, comprei a participação de todos eles, sem motivos maiores do que eu estar no Brasil era melhor para operação”, explicou Carosella, sobre o fim da parceria com Scheuer e outro ex-sócio, Luis Morandi.
Apagão durante tráfego
O casal brasileiro foi atropelado enquanto caminhava no cruzamento das avenidas Libertador e Alvear. Fernando Pereira de Amorim Junior, 60, morreu no local. Cleusa Adriana Nunes Pombo foi levada pelo serviço de emergência para o hospital com politraumatismos.
Segundo à rádio pública francesa RFI, à Justiça, Patricia Scheuer disse ter tido um “apagão de uns 10 segundos”, conforme explicou o advogado da defesa Alfredo Humber. “Ela sofreu uma desconexão no tempo e no espaço”, garantiu.
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Fontes do Ministério Público acrescentaram que Patricia Scheuer alegou sofrer de uma síndrome de perda de consciência, conhecida como “síndrome de despersonalização” que provoca repentinas desconexões no tempo e no espaço. Essa desconexão, segundo a defesa, teria levado a empresária a perder a consciência e o controle do veículo.
Em depoimento, a mulher citou antecedentes psiquiátricos e um prolongado tratamento contra depressão e ansiedade. Contou que, há um ano, viveu um episódio semelhante, onde tudo apagou por 10 ou 15 segundos. “Ela relatou já ter vivido um episódio semelhante, mas dentro de casa”, contou o advogado.
Processo em liberdade
Patricia Scheuer ficou presa preventivamente por cerca de 30 horas. Ela vai responder ao processo em liberdade. As penas por condução imprudente, negligente ou irregular vão de dois a cinco anos de prisão e inabilitação da carteira de motorista entre cinco e dez anos.
As investigações vão procurar definir se a motorista estava acima da velocidade máxima permitida de 60 Km/h, se tem antecedentes psiquiátricos e se declarou os medicamentos que consome e a síndrome ao renovar carteira de motorista.
A lei exige uma declaração juramentada com os antecedentes clínicos e uma autorização médica a ser avaliada pelo órgão de controle. Se tudo estiver regular e a acusada provar que teve perda da consciência, pode ser inocentada.
Se a história clínica indicar que era consciente do risco de dirigir, pode ser condenada. Se for constatada velocidade acima da permitida por mais de 30 Km/h ou se a brasileira ferida não sobreviver, uma segunda vítima fatal é um agravante que eleva as penas
Cleusa Pombo está em Terapia Intensiva devido a traumatismo cranioencefálico e torácico, fraturas na clavícula esquerda e nas costelas, além de hemorragia.