Após Hamas liberar reféns, Israel solta 90 prisioneiros palestinos sob acordo de trégua

Multidões entoaram cânticos e celebraram quando dois ônibus com os libertados chegaram à cidade de Beitunia, na Cisjordânia ocupada

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Imagem mostra ônibus com prisioneiros palestinos libertados por Israel em 20 de janeiro de 2025. Após Hamas liberar reféns, Israel solta 90 prisioneiros palestinos sob acordo de trégua
Legenda: Algumas pessoas chegaram a subir no teto do veículo que transportava o grupo de palestinos e ergueram uma bandeira do Hamas
Foto: JOHN WESSELS/AFP

O sistema prisional de Israel anunciou nesta segunda-feira (20) — domingo (19) no Brasil — que concluiu a libertação de 90 prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor no dia anterior. A soltura acontece após o Hamas liberar três reféns israelenses, que retornaram à nação judia.   

"Todos os terroristas foram libertados da prisão de Ofer e do centro de detenção de Jerusalém", informou o serviço penitenciário em comunicado divulgado pouco antes de 1h30 da madrugada (20h30 de domingo em Brasília).

Multidões entoaram cânticos, celebraram e buzinaram em seus carros quando dois ônibus com os prisioneiros palestinos chegaram à cidade de Beitunia, na Cisjordânia ocupada, conforme observaram jornalistas da agência internacional AFP.

Algumas pessoas chegaram a subir no teto do primeiro ônibus e erguer uma bandeira do Hamas, relataram os profissionais. 

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No domingo, três reféns israelenses foram libertadas pelo Hamas, no primeiro dia de um cessar-fogo entre Israel e o movimento islamista palestino em Gaza, devastada por mais de 15 meses de guerra.

Emily Damari, de 28 anos; Romi Gonen, de 24, e Doron Steinbrecher, de 31, "cruzaram a fronteira para o território israelense", confirmou o exército de Israel após a entrada em vigor do cessar-fogo com três horas de atraso.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ressaltou que as reféns passaram por um "inferno" após sua captura por comandos islamistas no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, no ataque do Hamas que deu início à guerra em Gaza.

Moradores de Gaza voltam às suas casas em ruínas

Centenas de deslocados iniciaram no domingo o retorno às suas casas, entre prédios destruídos no norte de Gaza. Após mais de 15 meses de guerra, os deslocados enfrentaram paisagens desoladoras, montes de concreto pulverizado e edifícios em ruínas.

Ao longo da estrada, antigos edifícios estavam destruídos após meses de bombardeios do exército israelense, que lançou uma operação militar na região em outubro de 2023 para, segundo suas declarações, evitar o reagrupamento de combatentes do Hamas.

Rana Mohsen, deslocada de Jabaliya para a Cidade de Gaza, disse que não esperou o início oficial do cessar-fogo. "Esperamos por esse momento durante 16 meses", contou a mulher de 43 anos, mãe de três filhos.

"Minha alegria é indescritível. Finalmente estamos em nossa casa. Não sobrou nada, apenas escombros, mas é nossa casa. Temos sorte porque parte do teto ainda está intacta", declarou à AFP.

"A magnitude da destruição é inimaginável. Edifícios e lugares emblemáticos desapareceram completamente, como se fosse uma cidade fantasma ou abandonada", acrescentou.

A guerra em Gaza começou com o ataque do Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023, que matou 1.210 pessoas em Israel, majoritariamente civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Em resposta, Israel lançou uma campanha de retaliação que matou pelo menos 46.913 pessoas na Faixa de Gaza, em sua maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

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