Alejandro Toledo, ex-presidente do Peru, é condenado a prisão por receber propina da Odebrecht

Conforme a Justiça, o político recebeu valores milionários durante seu mandato, ocorrido entre 2001 e 2006

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Alejandro Toledo ex presidente do Peru
Legenda: Alejandro Toledo é o primeiro presidente peruano condenado pelo caso de corrupção, outros três são investigados
Foto: AFP

A Justiça peruana condenou, nesta segunda-feira (21), a 20 anos e seis meses de prisão o ex-presidente Alejandro Toledo, após considerá-lo culpado de receber propinas milionárias da empreiteira brasileira Odebrecht em troca de contratos com o seu governo (2001-2006).

"Este colegiado assume o pedido feito pela promotoria de 20 anos e seis meses de prisão para o senhor Alejandro Toledo Manrique", anunciou a Suprema Corte em uma audiência na qual o ex-mandatário de 78 anos esteve presente. Detido desde 2023 em uma prisão especial de Lima, Toledo recebeu com serenidade o veredicto que o considerou culpado de conluio e lavagem de dinheiro por receber 35 milhões de dólares (cerca de R$ 200 milhões, na cotação atual) da Odebrecht. 

Segundo a sentença, o ex-presidente aceitou subornos em troca de licitações para construir dois trechos da rodovia Interoceânica Sul, que liga a costa do Pacífico do Peru à do Atlântico no Brasil. 

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O tribunal, composto por três magistrados sob a presidência da juíza Zaida Pérez, condenou Toledo a nove anos pelo crime de conluio e 11 anos e meio por lavagem de dinheiro. A sentença foi lida em uma audiência no tribunal adjacente à pequena prisão para ex-presidentes no leste de Lima, onde Toledo está recluso preventivamente há 18 meses, desde que foi extraditado dos Estados Unidos em abril de 2023.

Outros presidentes investigados

Toledo, que afirma sofrer de câncer e problemas no coração, é o primeiro dos quatro ex-presidentes peruanos investigados pelo escândalo de corrupção da Odebrecht a ser condenado pela Justiça. 

De acordo com o Ministério Público, o esquema da Odebrecht no Peru também envolveu Alan García (2006-2011), que se suicidou em 2019 antes de ser preso, Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018). 

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