Covid-19 em crianças e adolescentes aumenta risco de desenvolver diabetes, diz estudo

Segundo a pesquisa, o vírus aumenta o risco de desencadeamento da doença em 116% nos menores de 18 anos

Escrito por Redação ,
Adulto realiza teste de gligose em criança
Legenda: O risco de desenvolver a condição cresce nos 30 dias após contrair o coronavírus
Foto: Shuterstock

Crianças e adolescentes contaminados com SARS-CoV-2, vírus responsável pela Covid-19, possuem um risco maior de desenvolver diabetes tipo 1 ou tipo 2. A conclusão é de um estudo publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). As informações são do portal Terra

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O levantamento do Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR), divulgado em 14 de janeiro, confirma que menores de 18 anos, que já foram infectados pelo micro-organismo, são 116% mais propensos a receber um diagnóstico positivo de diabetes nos 30 dias após a doença, quando comparados aos que não entraram em contato com o novo coronavírus. 

A pesquisa foi realizada a partir da junção de informações de dois bancos de dados de pessoas que testaram positivo para Covid-19 e aquelas que deram negativo ainda que tivessem sintomas. No primeiro compilado, consta quem buscou pela assistência médica entre 1 de março de 2020 a 26 de fevereiro de 2021, e no segundo, entre 1 de março de 2020 e 28 de junho de 2021. 

Vírus pode atacar o pâncreas

Segundo o vice-presidente do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Rodrigo Moreira, explicou, à publicação, que após a contaminação com SARS-CoV-2, ele pode atacar às células pancreáticas produtoras de insulina. 

"Caso isso ocorra, haverá um aumento da produção de glicose pelo corpo humano durante a chamada 'tempestade de citocinas' [resposta imunológica exagerada]. Assim, também pode haver um pequeno aumento dos índices de glicemia, que será suficiente para induzir a diabetes nas crianças e adolescentes que já apresentavam quadros pré-diabéticos." 
Rodrigo Moreira
vice-presidente do SBEM

Outro fator que pode influenciar no desencadeamento da doença crônica é o uso de medicamentos como glicocorticoides, necessários durante uma internação provocada pela Covid-19. Essas drogas também podem levar à hiperglicemia transitória — aumento anormal do nível de açúcar no sangue por determinado período —, esclarece o vice-presidente.

O estudo pontua que a doença causada pelo novo coronavírus pode ainda ter influenciado indiretamente o risco de diabetes através do aumento do índice de massa corporal, associado à mudança de estilo de vida na pandemia da Covid-19. No entanto, o texto destaca serem necessárias análises mais profundas sobre o papel desses fatores nos quadros de diabetes após a virose.

Efeito não é exclusivo da Covid-19

Precipitar um quadro de diabetes tipo 1 não é um comportamento exclusivo do SARS-CoV-2, conforme Rodrigo Moreira. Na verdade, infecções virais geralmente, como gripe, conseguem provocar esse efeito. Além disso, crianças e adolescentes que já possuem a doença podem apresentar um aumento da glicose, significativo ou discreto, durante qualquer infecção que sejam acometidos. 

Para prevenir quadros de hiperglicemia, o especialista recomenda que país e responsável fiquem atentos aos seguintes sintomas

  • Aumento na frequência das idas ao banheiro, principalmente durante o turno da noite e em casos em que os filhos voltem a fazer xixi na cama; 
  • Sede excessiva;
  • Perda repentina de peso, mesmo mantendo uma alimentação adequada.

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