Três homens são indiciados por latrocínio de turista no Cumbuco; uma criança presenciou o crime

O trio também foi indiciado por integrar organização criminosa

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
casal
Legenda: Criminoso e a brasileira teriam entrado em luta corporal
Foto: Arquivo

A Polícia Civil do Ceará (PCCE) indiciou três homens pelo latrocínio da turista Ruth Mary Silva de Oliveira e a tentativa de assassinato do namorado dela, o britânico Philip Donald Eric Gray, em uma pousada no Cumbuco, litoral do Ceará. Conforme relatório final da Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), não restam dúvidas de que Frederico Bruno Ricarte da Silva, Artur Edmundo Ferreira Felisberto e João Laurenio Neto "participaram do crime em questão, cada um dentro de suas especificidades bem delineadas".

O trio está preso e também foi indiciado por integrar organização criminosa. As defesas dos indiciados não foram localizadas. A reportagem do Diário do Nordeste teve acesso ao documento, no qual consta que uma criança de cinco anos chegou a presenciar a ação criminosa, no dia 29 de julho de 2024. 

O menino estava acompanhado da mãe, que trabalhava na pousada no dia do crime. A mulher contou em depoimento que quando o homem armado entrou no estabelecimento, ela se abrigou atrás do balcão junto à criança e que o criminoso armado era o mesmo que 50 minutos antes tinha entrado na pousada e perguntado pelo casal: "cadê o gringo do 01?".

O britânico segue hospitalizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital particular em Fortaleza. A reportagem apurou que ele foi submetido a uma cirurgia, na qual foi retirado um projétil

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COMO CADA INDICIADO PARTICIPOU DO CRIME, SEGUNDO A POLÍCIA

"FREDERICO BRUNO RICARTE DA SILVA, emprestou seu veículo para a conduta criminosa, figurando como partícipe do crime em questão, pois, não restam dúvidas quanto
a sua participação material, fornecendo um dos veículos utilizados na prática do crime, com pleno domínio do fato, com desígnio claro no liame entre as partes envolvidas"

"ARTUR EDMUNDO FERREIRA FELISBERTO e JOÃO LAURENIO NETO, participaram diretamente no crime, o primeiro guiava o veículo HB20, utilizado durante a fuga e o segundo guiava a motocicleta desde a abordagem na frente da pousada, quando durante a fuga".

VALOR EM ESPÉCIE

Investigadores seguem em busca de identificar demais envolvidos no latrocínio. Uma pessoa ligada à casa de câmbio onde o casal havia trocado 6 mil libras por cerca de R$ 30 mil chegou a ser ouvida.

Quem também supostamente sabia que as vítimas estavam em posse de alto valor 'em espécie' era uma amiga de Ruth Mary. A mulher, de identidade preservada, teria alertado "a amiga sobre o perigo de ficar portando valores em espécie, porém afirmou que não sabia quanto seria esse valor".

Conforme investigação da Deprotur, criminosos estavam de 'campana' à espera das vítimas horas antes do crime, enquanto o casal seguia na praia. 

O delegado Andrade Júnior disse em entrevista que os criminosos tinham informação exata sobre o "check-out" das vítimas e que elas estavam em posse de alta quantia em dinheiro, que não chegou a ser levado.

No inquérito, a PCCE ratifica a representação pelo afastamento do sigilo telefônico, telemático, informática e extração de dados do aplicativo WhatsApp dos celulares apreendidos junto aos suspeitos.

COMO O CRIME ACONTECEU

Por volta das 17h do dia 29 de julho deste ano, "ingressou na pousada um indivíduo de capacete e camisa de cor escuras de mangas compridas indo direto ao casal antes mencionado, anunciando um assalto".

Enquanto isso, um motoqueiro esperava do lado de fora da pousada. 

As vítimas reagiram ao assalto e a Ruth chegou a entrar em luta corporal com o executor, "o qual, após tomar a bolsa que se encontrava com o Philip Donald efetuou vários disparos, os quais a atingiram fatalmente".

A dupla teria ida de moto até um veículo HB20, trocado de roupa e fugido rumo à Fortaleza.

Já na delegacia, Artur e Frederico negaram participação no crime. João Laurenio, o último a ser preso pelo crime, teria ficado em silêncio durante o primeiro depoimento.

Um quarto suspeito pelo crime, identificado como Igor Teixeira Lopes, chegou a ser preso, mas foi solto em audiência de custódia, porque, para a Justiça não há provas de que o homem tenha participado da ação, sendo assim "as medidas cautelares são cabíveis e suficientes, devendo ser consideradas, no presente caso".

No inquérito da PCCE, Igor foi indiciado pelo crime de receptação.

 

 

 

 

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