Sistema penitenciário cearense chega a 3,5 mil detentos com trabalho
Esse número representa 15% do total de 23.155 homens e mulheres que estão encarcerados nas unidades penitenciárias
O sistema penitenciário cearense chegou ao número de 3.514 presos com trabalho, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). O número foi alcançado com a instalação da sétima empresa aos presídios, que empregou mais 23 internos, conforme divulgação da SAP nesta segunda-feira (12).
O número de detentos com trabalho representa 15,1% do total de 23.155 homens e mulheres que estão encarcerados nas unidades penitenciárias. De acordo com a SAP, eles se dividem entre o projeto Cadeias Produtivas - que inclui as sete empresas - e o trabalho de manutenção dos próprios presídios.
A última empresa a instalar uma sede no sistema penitenciário foi a W. Jota, especializada na produção de imãs de geladeira e de outros materiais gráficos, como sacolas. Além dos internos, também trabalham mais dois colaboradores, voltados para o treinamento e o controle de qualidade.
Com essa oferta de trabalho estamos conseguindo nos tornar novas pessoas. Passamos o dia fora da cela, aliviando a mente e ainda aprendemos algo novo. Está sendo uma experiência única e agradeço ao Estado.
O projeto Cadeias Produtivas tem o objetivo de fomentar o trabalho e a qualificação, segundo a SAP. A metade do salário do interno, obtido com o trabalho, é enviada à família; 25% do valor vai para um depósito judicial para benefício futuro do mesmo quando estiver em liberdade; e outros 25% retornam ao sistema prisional para investimento em melhorias.
A Secretaria da Administração Penitenciária pretende instalar mais quatro empresas nos presídios cearenses até o fim deste ano, com mais 350 oportunidades de trabalho.
O secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, destacou a importância dessas ações. "O processo é progressivo, e o resultado tá aí, várias empresas vindo para dentro do sistema penitenciário. Trabalhando, dando dignidade e dando retorno para a sociedade e preparando o homem para voltar à sociedade como um cidadão de bem".
O proprietário da W. Jota, Wilson Jr, revelou que um homem que começou a trabalhar na empresa dentro do presídio conseguiu a liberdade e foi contratado. "O resultado nos surpreendeu, quando instalamos aqui, com o crescimento de produtividade do que tínhamos lá fora. Um ambiente seguro, para a gente foi um sucesso e tende muito a crescer no curto prazo", acrescenta.