O que se sabe sobre a perícia das mortes da vereadora Yanny Brena e de Rickson Pinto
Foi colhido material genético com intuito de verificar se havia presença de demais pessoas na casa
As mortes da vereadora, presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, Yanny Brena (PL) e do ex-namorado, o atleta de vaquejada, Rickson Pinto, permanecem sob investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE). A reportagem do Diário do Nordeste apurou com fontes ligadas à investigação do caso que os laudos das perícias ainda não foram concluídos e têm previsão de entrega nos próximos dias.
Uma equipe de peritos esteve no local do crime, a casa da vereadora. Três peritos criminais, dois peritos de Medicina Legal e uma equipe de auxiliares da perícia passaram horas na residência analisando a cena do crime e colhendo indícios que devem auxiliar a desvendar o ocorrido.
A reportagem apurou com pessoas que viram o corpo de Yanny após a morte que a vítima estava com muitas lesões espalhadas, como "unhas arrancadas e machucados no abdômen e no pescoço". Há indicativo de uma luta corporal antes das mortes.
Dentro da casa não foram encontradas armas ou cápsulas de armas, que pudessem indicar ter havido disparos. Foi colhido material genético com intuito de verificar se havia presença de demais pessoas no momento das mortes.
Em Juazeiro do Norte existe o núcleo da Perícia Forense do Ceará (Pefoce). No entanto, a reportagem apurou que o material coletado está em análise em Fortaleza, devido à complexidade do caso.
A Polícia segue tratando o caso como feminicídio seguido de suicídio. Informações extra oficiais ainda apontam que Rickson teria matado a vereadora e se enforcado em seguida, fazendo uso de um cabo de televisão.
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O prazo legal para entrega dos laudos às autoridades policiais é de 10 dias, podendo ser prorrogado.
O CASO
Os corpos de Yanny e Rickson foram encontrados na manhã da última sexta-feira (3), na casa da vereadora no bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte.
Velórios e sepultamentos aconteceram no sábado (4). A despedida de Yanny aconteceu no Cariri, com participação de centenas de pessoas. Já Rickson foi enterrado na cidade de Aurora.
Informações colhidas pelo Diário do Nordeste com pessoas próximas a Yanny e também a integrantes da investigação revelaram que a jovem já estaria insatisfeita com o relacionamento com Rickson e teria decidido encerrar o namoro de três anos no último domingo (26).
O jovem, que esteve em Fortaleza, voltou ao município caririense para encontrar Yanny dois dias antes de os corpos serem achados. Ele também possuía as chaves da casa onde ocorreram as mortes. No imóvel, não há sinais de arrombamento.
Após a retirada dos corpos, a Polícia fixou um aviso de interdição na porta da residência por suspeita de crime. No comunicado, consta o seguinte recado: "Local de crime.Não entre!".
Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que o caso é investigado pelo Núcleo de Homicídio e Proteção à Pessoa (NHPP) da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte e pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Juazeiro do Norte, que realizam diligências para elucidar os fatos.
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PRISÃO EM 2018
Nesse domingo (5), a reportagem apurou que Rickson já foi preso em 2018 por posse irregular de arma de fogo. A ocorrência foi registrada no bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte, em novembro daquele ano.
Devido a este caso, Rickson Pinto já era réu na Justiça do Ceará. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em abril de 2019, e o Judiciário acolheu a acusação dois meses depois.
Na mesma data da apreensão da arma, também foram apreendidas 13 munições. Rickson foi solto quando a autoridade policial arbitrou fiança no valor de R$ 2 mil.
Em setembro de 2022 a Justiça ratificou o recebimento da denúncia e designou audiência de instrução e julgamento "com possível urgência". No entanto, esta audiência não foi agendada.