Na véspera do Dia da Mulher, policial preso por agredir esposa e filha é solto no Ceará

Nessa terça-feira (7), o alvará de soltura do PM, que já conta com extensa ficha criminal, foi expedido

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
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A prisão de um sargento da Polícia Militar do Ceará (PMCE), detido em flagrante por agredir a esposa e a filha, não durou 24 horas. Na tarde dessa segunda-feira (6), o agente, de nome preservado para não identificar as vítimas, foi denunciado pela filha e capturado na própria residência, em Juazeiro do Norte.

Horas depois, o policial passou por audiência de custódia e foi solto. A reportagem teve acesso a documentos onde consta a decisão convertendo a prisão em flagrante em liberdade provisória, mediante a imposição de medidas protetivas cautelares, como o monitoramento eletrônico, "além da ratificação das medidas protetivas de urgência".

Nessa terça-feira (7), o alvará de soltura do PM, que já conta com extensa ficha criminal, foi expedido. Consta na decisão que as vítimas compareceram de forma espontânea ao ato processual e teriam declarado que "o autuado não lhes oferece risco às suas incolumidades física e psicológica, manifestando-se, ambas, pela desnecessidade das medidas protetivas de urgência".

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Além do monitoramento eletrônico, a Justiça decidiu que o PM deve manter distanciamento de, pelo menos, 200 metros das vítimas; não portar arma de qualquer espécie; se afastar da moradia onde as vítimas haviam; e proibido de se ausentar da Comarca de Juazeiro do Norte.

O CASO

Policiais militares foram acionados para atender a uma ocorrência de violência doméstica nessa segunda-feira (6). Conforme denúncia das vítimas, o agente ordenou que a esposa e a filha arrumassem a casa que ele venderia o imóvel.

Em seguida, teria começado a ingerir bebida alcoólica e acusou a esposa de ter o traído com o vizinho. Ele teria ameaçado a mulher de morte e dito que a filha era cúmplice na traição.

O agente teria agredido fisicamente a esposa e viu quando a filha acionou a Polícia. Ele teria se revoltado mais e desferido tapas no rosto da jovem.

O homem fugiu do local, mas foi localizado horas depois e conduzido à Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte. 

Na versão das vítimas, o policial já agiu desta forma outras vezes e elas já tinham requerido medida protetiva, mas foram coagidas a retirar. O caso segue sob investigação.

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