Mulher acusada de mandar matar marido no Interior é absolvida; suposto amante é condenado a prisão
Conforme a denúncia do Ministério Público, os dois réus tinham um relacionamento extraconjugal e tramaram a morte da vítima. Mas o Júri Popular inocentou a mulher da acusação
Uma mulher, acusada de mandar matar o marido no Município de Russas (a cerca de 214 km de distância de Fortaleza), há 5 anos, foi absolvida pela Justiça Estadual, em julgamento ocorrido na última terça-feira (29). O homem que era apontado na investigação policial como amante dela foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão, pelo homicídio.
Ortenilda Maia Morais e Francisco Rodrigues Maciel foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por homicídio qualificado, que teve como vítima José Lacerda Ferreira Lima Junior, na data de 3 de julho de 2017, em Russas. Conforme a denúncia, os dois réus tinham um relacionamento extraconjugal e tramaram a morte de José Lacerda, que era marido de Ortenilda e primo de Francisco.
Veja também
A acusada chegou a ficar presa pelo crime por 2 anos, entre 2017 e 2019. Já o outro réu está detido desde 2018 e foi condenado no Tribunal do Júri, formado na Vara Única Criminal de Russas, por homicídio qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima). Ele deve cumprir a pena, inicialmente, em regime fechado.
Francisco, entretanto, foi inocentado da qualificação de torpeza, que também constava na denúncia do MPCE. A defesa da dupla, patrocinada pelos advogados Márcio Oliveira, David Alencar, Abdias Rabelo e José Anaílton Fernandes, não concordou com a pena e recorreu do tempo de condenação ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
"Referente à acusada Ortenilda, ficou provado, nos autos e em sede de instrução, no Plenário do Júri, que a mesma nunca teve um relacionamento extraconjugal com o outro acusado. A prova é tanto que ela foi absolvida, por maioria de votos, pelo Conselho de Sentença", reforça o advogado Márcio Oliveira.
O réu condenado era primo da vítima e também trabalhava para ele na venda de produtos alimentícios. "Ele confessou que teria perfurado a vítima com uma única apunhalada, no pescoço, porque a vítima teria dado dois tapas na cara dele e dito que, se ele não fizesse um serviço, iria matá-lo", revela o advogado de defesa.