Morte de advogada segue sem julgamento após 3 anos
A Justiça aceitou denúncia contra a escrivã de Polícia Civil Regina Lúcia de Amorim Gomes. Ela é acusada de ser autora intelectual da morte da advogada criminalista Maria Danielle Ximenes, assassinada a tiros dentro do próprio escritório, no bairro Cidade dos Funcionários, em junho de 2012. A defesa da acusada entrou com recurso e aguarda a decisão para saber se a escrivã irá ou não a Júri.
O crime aconteceu por volta das 10h de 22 de junho de 2012, no escritório de Maria Danielle. Ela atendia um casal quando um homem entrou no local, sacou uma arma e efetuou disparos. Três tiros atingiram a advogada na mão, peito e ombro. Mesmo ferida, ela apontou o nome do suspeito de ter invadido o escritório, em um caderno.
A advogada foi socorrida mas morreu quando era atendida em um hospital particular. Em novembro daquele ano, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) informou ter elucidado a morte da vítima. A escrivã Regina Lúcia foi então apontada como mandante da execução.
Conforme as investigações, a escrivã contratou um homem para executar a vítima por conta de disputas judiciais. Danielle Ximenes atuou em processos em que a ré não obteve êxito.
Pedra
Para os investigadores, a advogada era 'pedra no sapato' da escrivã, que foi à Justiça reivindicar bens de um homem com quem a ré dizia ter tido um relacionamento. Ainda de acordo com o inquérito policial, o amazonense Carlos Cley Rebouças Rocha teria sido contratado pela escrivã para assassinar a advogada. Até hoje, ele segue foragido e jamais prestou qualquer depoimento acerca das acusações.
Regina Lúcia responde ao processo em liberdade e continua exercendo as atividades de escrivã. Já o processo contra Carlos Cley está suspenso pois ele nunca foi localizado. O processo tramita na 1ªVara do Júri.
De acordo com o advogado Paulo Pimentel, que representa Regina Lúcia, a escrivã nega qualquer participação no crime. "A defesa nega a autoria. Ela diz que não participou do crime nem teria motivos para tal", disse o advogado.