Integrantes do PCC acusados de matar coroinha em Fortaleza são condenados a 56 anos de prisão

A vítima foi confundida pelos criminosos como membro de uma facção rival

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
coroinha
Legenda: O coroinha foi morto quando voltava da missa, na porta de casa
Foto: Reprodução

O Tribunal do Júri decidiu condenar dois membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), acusados de matar um coroinha de 15 anos, na porta da casa da vítima. Pedro Henrique de Morais Pereira e João Levi da Silva de Oliveira foram sentenciados a cumprir 56 anos de prisão, somadas as penas. 

O julgamento aconteceu nesta sexta-feira (25). Pedro e João foram interrogados durante o júri. Além de homicídio duplamente qualificado, os denunciados também foram condenados pelos crimes de corrupção de menores e por integrar organização criminosa armada. A eles foi negado direito de recorrer em liberdade.

VEJA AS PENAS:

João Levi da Silva de Oliveira

  • Homicídio: 21 anos 10 meses e 15 dias de reclusão
  • Corrupção de menor: 2 anos 1 mês e 15 dias de reclusão
  • Organização criminosa: 6 anos 4 meses e 15 dias reclusão

Pedro Henrique de Morais Pereira

  • Homicídio: 19 anos e 3 meses de reclusão 
  • Corrupção de menor: 1 ano e 9 meses de reclusão 
  • Organização criminosa: 5 anos 5 meses e 7 dias de reclusão

O crime aconteceu em novembro de 2019. A vítima voltava da missa e estava na companhia da família quando foi assassinada. As defesas dos réus não foram localizadas pela reportagem.

Para o promotor Luís Bezerra Neto, responsável pela acusação no plenário, "o conselho de sentença, representando o povo, compreendeu e analisou as provas que foram demonstradas e concluíram que os réus possuem responsabilidade criminal pelos atos praticados".

Veja também

Conforme o Ministério Público do Ceará (MPCE), o coroinha Ronald Miguel Freitas de Oliveira foi abordado violentamente, na noite de 24 de novembro de 2019, por volta das 19h, no bairro Jacarecanga. A dupla, na companhia de um adolescente, chegou já "tomando para si o telefone celular da vítima, pois acreditavam que o aparelho continha fotografias de pessoas fazendo o sinal do "V" com os dedos, em alusão à facção criminosa Comando Vermelho".

BRIGA ENTRE FACÇÕES

Após inspeção no aparelho, o adolescente e Pedro Henrique teriam saído dizendo que iam buscar uma encomenda. Instantes depois retornaram e o adolescente, em posse de uma arma de fogo, teria efetuado três disparos contra o coroinha: "em seguida, os denunciados saíram caminhando tranquilamente do local".

A denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário em janeiro de 2020 e a primeira audiência de instrução foi realizada em 2022. A dupla foi pronunciada em junho deste ano. Quatro meses depois, julgados e condenados.

Este conteúdo é útil para você?
Assuntos Relacionados