Fundador da GDE morava em um flat na área nobre

Segundo a PM, toda semana 'Celim' ia pessoalmente ao Barroso arrecadar o dinheiro do tráfico

Escrito por Redação ,
Legenda: Auricélio de Sousa Freitas, o 'Celim', foi abordado pela PM, na Avenida Desembargador Moreira. Os objetos encontrados com ele foram apreendidos

Apontado como um dos fundadores da facção criminosa local Guardiões do Estado (GDE) e um dos principais mandantes da 'Chacina das Cajazeiras', Auricélio de Sousa Freitas, o 'Celim', foi preso na noite de quarta-feira (11) pelo Comando Tático Motorizado (Cotam) do BPChoque. Conforme a PM, ele residia em um apartamento alugado, no bairro Meireles, próximo à Beira-Mar, e se identificava com o nome falso de Luís Carlos Domingos da Silva.

> Aliança com PCC foi feita por 'Celim'
 
'Celim' transitava em um automóvel Toyota, modelo Corolla, de placas EGQ-3081, blindado. O veículo era locado pela mesma pessoa que assinou o contrato do apartamento, que, segundo a Polícia, seria um 'laranja' utilizado por Auricélio. Obcecado por controle, um dos líderes mais perigosos da facção, que tem o controle descentralizado, o criminoso teria até uma lista de pessoas marcadas para morrer, e outra de pessoas que deviam altos valores em droga. A informação das listas, porém, está sendo investigada pela Polícia Civil.

Em revista no apartamento em que 'Celim' morava, na área nobre da Capital, a PM encontrou apenas uma muda de roupa, comprada no último fim de semana, em um shopping. 'Celim' ia pessoalmente até as comunidades que dominava todos os dias, para acompanhar quanto tinha sido apurado com droga, segundo um militar que conversou com a reportagem.

Sua rotina era a mesma há algum tempo. Sem temer as buscas, e a divulgação de seu nome e rosto, pelo menos, três vezes por semana, 'Celim' recolhia o dinheiro da venda de drogas, no bairro Barroso, onde várias famílias foram obrigadas a desocupar suas casas sob ameaça. Por volta de meio-dia, ele e um comparsa iam até a Comunidade da Babilônia, para prestar contas do dinheiro da venda de drogas. Ele costumava esperar em uma casa, no Barroso.

Depois, ia para o flat, onde morava sozinho. Quando preso, portava R$ 3.225, valor que a Polícia acredita ser o que recebeu na comunidade, na última quarta-feira (11).

Procurado

Auricélio Freitas é o último dos mandantes da 'Chacina das Cajazeiras', que estava foragido da Justiça. Segundo o delegado e diretor do Departamento de Homicídios da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Leonardo Barreto, Auricélio ainda vai ser inquirido sobre a chacina, mas está preso por ter sido preso em flagrante com uma cédula de identidade com um nome falso. "Ele será interrogado dentro dos autos da chacina. Independentemente disso, os elementos indiciários já foram produzidos e são bem contundentes sobre a participação dele como mandante".

De acordo com o tenente-coronel Henrique Bezerra, comandante do BPChoque, que esteve à frente da ofensiva resultante na prisão de Auricélio, já haviam informações da população de que o acusado morava nas redondezas da Beira-Mar e circulava em um carro blindado. "Tínhamos indicativos de que era ele que estaria dirigindo o carro. 'Celim' era muito procurado pelas Polícias do Estado do Ceará". No momento do flagrante, às 19h, na Avenida Desembargador Moreira, o criminoso tentou fugir, mas devido ao engarrafamento e à ação da PM, se rendeu.