Ex-deputado preso por lavagem de dinheiro é transferido para sistema penitenciário cearense

Segundo a PF, o político é líder de organização criminosa que faturou R$ 600 milhões com fraudes

Escrito por Redação ,
lavagem de dinheiro
Legenda: A lavagem de dinheiro seria realizada com a aquisição de imóveis, empresas e transações no mercado financeiro

O ex-deputado federal e estadual Adail Carneiro, preso em flagrante por lavagem de dinheiro na Operação Km Livre, foi transferido para o sistema penitenciário cearense. A informação foi confirmada pela Polícia Federal (PF), onde o político estava detido.

Adail estava na posse de R$ 2 milhões em espécie, escondidos em caixas de aparelhos de televisão, na sede de uma empresa de locação de veículos, no Bairro de Fátima, em Fortaleza. A prisão em flagrante foi realizada na quinta-feira (19) e convertida em prisão preventiva pela Justiça Federal na sexta (20).

A prisão em flagrante de Adail Carneiro foi realizada na quinta-feira (19) e convertida em prisão preventiva pela Justiça Federal na sexta (20)
Legenda: A prisão em flagrante de Adail Carneiro foi realizada na quinta-feira (19) e convertida em prisão preventiva pela Justiça Federal na sexta (20)
Foto: Arquivo

Segundo a investigação da Polícia Federal, o ex-deputado é líder de organização criminosa que fraudou licitações durante 20 anos, faturando cerca de R$ 600 milhões. A reportagem entrou em contato com o advogado que representava Adail, mas ele disse que não advoga mais para o ex-deputado. Não conseguimos contato com o atual representante jurídico dele.  

"Essas empresas utilizavam empresas tituladas por interpostas pessoas, que a gente chama de 'laranjas', para participarem de um mesmo certame licitatório, forjando uma concorrência fictícia. Uma dessas empresas, controladas pela organização criminosa, vencia o processo e, a partir daí, eram celebrados contratos para a prestação desse serviço de locação de veículos", detalhou o delegado federal Joécio Duarte de Holanda, coordenador da Operação, no dia da deflagração.

A organização criminosa se utilizou de três empresas, que se revezaram no serviço de locação de veículos, conforme a PF. Uma delas presta serviço até hoje, em razão de um processo licitatório ocorrido em 2019, com recursos federais. A Controladoria Geral da União (CGU) auxiliou a investigação da PF.

A lavagem de dinheiro seria realizada com a aquisição de imóveis, empresas e transações no mercado financeiro. Conforme a investigação, há fortes evidências da compra ilícita de corretoras de valores e de participação em sociedades do ramo de energia eólica no Ceará.

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