Desembargador é condenado a aposentadoria compulsória por venda de liminares
Francisco Pedrosa Teixeira foi investigado por vender habeas corpus durante os plantões judiciários em que atuava
O Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) decidiu converter a aposentadoria voluntária do desembargador Francisco Pedrosa Teixeira em aposentadoria compulsória. A condenação de Francisco Pedrosa ocorreu nesta quinta-feira (31), em julgamento do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) enfrentado pelo magistrado, em razão da venda de liminares durante os plantões.
Com a condenação, Francisco Pedrosa deixa de receber a aposentadoria voluntária com valores integrais e passa a ter vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
As investigações realizadas pela Polícia Federal apontaram para tratativa entre a esposa de Francisco Pedrosa e advogados para conceder habeas corpus durante plantões judiciários em que ele atuava.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) afirmou em parecer que houve descumprimento dos deveres funcionais por parte do desembargador com a devida imparcialidade e exatidão. Colocou ainda que foi comprovado o favorecimento a interesses específicos por meio de transferência de recursos financeiros.
Francisco Pedrosa, em sua defesa, pleiteou a prescrição da ação, argumentando que houve lapso temporal superior a cinco anos entre a data do conhecimento dos fatos e a instauração da PAD. Além disso, afirmou não haver provas de ter recebido qualquer vantagem indevida.
Existe atualmente uma ação penal contra Francisco Pedrosa para apurar criminalmente o caso. O processo tramita no 1º Grau, em segredo de justiça.