Coronel da Reserva da PM do Ceará, acusado de 'fake news' contra oficial, tem porte de arma suspenso

O oficial entrou com um pedido para ser reformado por motivo de doença, mas a ação foi interrompida após análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Em seguida, ele entrou com Mandado de Segurança no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), que foi deferido

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
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Legenda: Erik, outro coronel e um subtenente viraram réus na Justiça Estadual em abril de 2022, por crimes de calúnia, difamação e injúria praticados ao acusar um oficial
Foto: Natinho Rodrigues

O coronel da Reserva Remunerada da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Erik Oliveira Onofre e Silva, teve o porte de arma suspenso após alegar ser acometido de transtornos mentais. O oficial é acusado por espalhar "fake news" contra um colega de farda.

Conforme publicado no Boletim do Comando Geral da PMCE, a suspensão do porte de arma de fogo está em conformidade com o resultado do exame pericial apresentado, já que "a sanidade mental é fundamental para exercício da função na Polícia Militar do Ceará" e "exige dos seus integrantes o máximo equilíbrio emocional e psíquico, em razão de ser de fundamental importância para o gerenciamento das diversas situações que lhes sejam apresentadas no transcorrer da execução de suas atividades laborais".

No último mês de março, o coronel entrou com um pedido para ser reformado por motivo de doença, mas a ação foi interrompida após análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Em seguida, a defesa de Erik entrou com Mandado de Segurança no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). 

Ao passar para a Reserva ele não poderia ser punido por crime militar, já que na condição de reformado não estaria mais submetido ao Código Disciplinar na PMCE.

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DECISÃO

Em maio deste ano, a Justiça do Ceará decidiu a favor do coronel destacando que ele é reformado "com data retroativa a junho de 2020, sendo citado indevidamente para responder a uma sindicância administrativa figurando na qualidade de sindicado, objetivando à apuração de uma postagem de mensagem via Whatsapp de forma privada".

A defesa do agente destaca que o Código Disciplinar dos Militares Estaduais do Ceará exclui o militar reformado de responder por transgressão disciplinar "junto à corporação castrense, posto ser equiparado a aposentado civil, porquanto não possui vínculo específico, obrigação ou dever funcional com a Administração Pública Militar"

FAKE NEWS

Erik, outro coronel e um subtenente viraram réus na Justiça Estadual em abril de 2022, por crimes de calúnia, difamação e injúria praticados ao acusar um oficial, o tenente-coronel Lucivando Rodrigues de Oliveira de uma série de crimes. 

Em 2021, mensagens falsas compartilhadas por meio do WhatsApp apontavam que o tenente-coronel Lucivando Rodrigues de Oliveira abusava de sua função para fins pessoais, com o objetivo cometer delitos como tráfico de drogas, ameaças, peculato e envolvimento com grupos de extermínio. 

Um total de cinco agentes de segurança teriam se unido para impulsionar mensagens. Mas, somente três foram denunciados pelo MPCE na esfera criminal, e dois chegaram a ser condenados na vara cível por danos morais. 

Investigações chegaram aos seguintes nomes responsáveis: o coronel Erik Oliveira Onofre e Silva, o coronel Carlos Alberto Loiola Lopes, ambos da Reserva Remunerada (RR); e o subtenente da Ativa, Djalma dos Santos.

O tenente-coronel vítima das notícias falsas chegou a ser investigado e inocentado em um Inquérito Policial Militar (IPM), que foi arquivado em março deste ano.

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