Acusado de assassinar advogada dentro de escritório em Fortaleza é preso no Amazonas 

O crime ocorreu em 2012, no bairro Cidade dos Funcionários, e o acusado de ser o executor estava foragido desde então

Escrito por Alessandra Castro ,

O acusado de executar a advogada Danielle Ximenes dentro de seu escritório, em Fortaleza, em 2012, foi preso no estado do Amazonas nesta sexta-feira (15). O homicídio teria sido encomendado por Regina Lúcia Amorim Gomes, escrivã da Polícia Civil, por causa de disputas judiciais

O amazonense Carlos Cley Rebouças Rocha foi preso dentro de uma loja em Manaus. Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas, ele foi preso porque a polícia amazonense o identificou como sendo um dos acusados do homicídio de Danielle. Ele estava foragido há quase sete anos.  

Dantas informou que a OAB-CE pediu a transferência de Carlos para o Ceará para que ele possa responder pelo homicídio. "Agora, com a prisão do suspeito, nós esperamos que o caso seja elucidado o mais rápido possível. Esse foi um crime que chocou toda a classe dos advogados na época, porque ela era uma advogada muito atuante, conhecida no meio pela sua ética profissional, que foi morta durante e por exercer seu ofício", ressaltou Dantas. 

Relembre o caso 

Danielle Ximenes, 52, foi morta a tiros no dia 22 de junho, após um homem adentrar seu escritório, localizado na Cidade dos Funcionários, efetuando disparos contra ela e um colega de profissão. As balas acertaram a mão, o peito e o ombro da criminalista. O outro advogado, identificado como Marcus Vinicius de Oliveira Vieira, que tinha 50 anos à época, foi atingido com um tiro na cabeça, mas sobreviveu. No momento do crime, Danielle estava atendendo clientes. 

Logo após receber os disparos, quando ainda estava consciente, a advogada escreveu o nome de Carlos em um caderno que estava no escritório. Ela foi levada a um hospital ainda com vida, mas faleceu no local.  

A investigação criminal apontou que o crime teria sido encomendado pela escrivã Regina Lúcia, por considerar que Danielle a atrapalhava em processos que movia contra um homem que tinha se relacionado, por partilha de bens. Havia várias ações judiciais em que a escrivã requeria bens do ex-companheiro, com quem afirmava ter vivido maritalmente e que era representado pela advogada. 

Regina teria conhecido Carlos Cley Rebouças Rocha enquanto ele estava preso em Horizonte, e teria o contratado para executar o crime. O acusado também responde por roubo e porte ilegal de arma de fogo. 

O Ministério Público do Ceará denunciou a escrivã como mandate do crime e Carlos como o executor. Regina chegou a ser presa em novembro de 2012, mas foi solta em abril de 2013 pelo Tribunal de Justiça do Ceará, sob a alegação que ela não representava nenhum risco à ordem pública. A escrivã sempre negou a participação no crime.