Varjota tem nova cena cultural com teatro

Escrito por Redação ,
Jovens se unem em torno da arte teatral para transformar o movimento de expressões culturais

Varjota Há sete anos, a Companhia Teatral Criando Arte luta pela mudança do cenário cultural neste município. Formada por 12 estudantes, o grupo já fez mais de 200 apresentações e seu maior espetáculo reuniu mais de mil pessoas. No seu sétimo aniversário, eles inovam com uma peça voltada especialmente para o público infantil. Sua próxima parada será o Festival de Teatro de Rua de Viçosa do Ceará, nos dias 30 e 31 de agosto e primeiro de outubro.

Música, dança, poesias e muito talento marcam as apresentações da Companhia Teatral Criando Arte, formada por 12 estudantes do município

A companhia iniciou com estudantes do nível médio e fundamental em 2006. Foi a principal responsável pela criação da Mostra de Cultura, Diversão e Arte e pelo Festival de Esquetes de Varjota. Junto com outros grupos culturais, como dança, capoeira e música, realizaram naquele ano uma passeata em prol da cultura. Segundo o criador do grupo, Mailson Furtado, este foi o ponto de partida para a "luta".

"Antes, a cidade não sabia sobre o grupo de teatro. Os outros eram também pouco conhecidos. Sem nenhum apoio, começamos a tentar mudar a realidade cultural e tivemos uma grande melhora", afirma.

Novos palcos

Contando apenas com a segurança de um espaço para ensaio na Secretaria de Cultura do Município, a Cia de Teatro já esteve em palcos como o Theatro São João, Teatro José de Alencar e Dragão do Mar. Os palcos de outras cidades são também responsáveis pelos melhores públicos. "É fora de Varjota que temos nossas melhores oportunidades. Em espaços fechados, chegamos a mais de 500 pessoas. Já em espetáculos em praça pública, como o de Monsenhor Tabosa, foi estimado em mais de mil pessoas", explica Mailson. Sonoplastia, direção, maquiagem, figurino, criação e atuação. Tudo é feito pelos 12 integrantes. São eles também que buscam aprimorar seus estudos em artes cênicas, realizando cursos, oficinas e discussões em seus encontros semanais.

Hoje, eles são também responsáveis por algumas atividades culturais importantes na cidade natal, como Paixão de Cristo, Feira dos Namorados e Festejos de Sant´Ana. A expectativa para o fim deste ano é se apresentar pela primeira vez fora do Estado. "Os detalhes ainda estão sendo acertados, mas perdemos a primeira oportunidade agora em agosto, pois não tivemos como ir". Para se manter, eles fazem e vendem artesanatos.

O Espetáculo "A Menina e o Espantalho" é o primeiro trabalho principal do grupo, voltado especialmente para o público infantil. O espetáculo abrange parceria com outros grupos culturais. Narrada completamente em cordel por um palhaço regional, a obra possui ainda xotes e forrós tocados e cantados ao vivo pelos próprios atores.

Mailson, que além de diretor, sonoplasta e ator, foi também o escritor do roteiro, conta que há uma intensa interação com o público. "Apesar de prevista para meia hora, esse tempo pode se estender de acordo com a animação da plateia em participar".

A peça conta a história da menina Babi e o Espantalho Sapeca, que protege a plantação da fazenda do pai da garota contra pragas. "O vizinho, porém, fica com inveja e rouba Sapeca, que monta um plano de fuga".

Iniciado apenas como uma atividade do colégio, Mailson conta que não havia expectativa de continuidade. Na verdade, a primeira formação acabou antes de iniciarem os ensaios.

"No primeiro dia, todo mundo desistiu, foi então que o professor Demis Santana me incentivou a ir atrás de outros participantes. Ele foi nosso principal apoiador nos seis primeiros meses e, mesmo depois de ter se mudado para Alagoas, sempre se mantém informado", conta.

A primeira peça, de nome "Loteria 2 2 2", fez tanto sucesso na região que circulou durante seis meses. Desde então, Mailson explica que, durante seis meses, eles têm trabalhado com produção, criação e ensaio, e seis meses se apresentando.

"Isto com as peças principais. Quando pedem esquetes, aquelas apresentações pequenas, já chegamos até a apresentar de improviso", relembra.

Aproximadamente 50 pessoas passaram pelo grupo nesses sete anos. Dos 12 atuais, dez já fazem teatro há mais de cinco anos, às vezes em outros grupos, como é o caso do caçula da Cia, Felix Carneiro de Matos Neto.

Estudante do Ensino Médio e tendo apenas 17 anos, ele é o mais novo dos atores. Afirma ter visto a cidade mudar culturalmente desde 2006. "Antes da Cia de Teatro Criando Arte, Varjota não tinha um grupo fixo que fosse conhecido. Depois deles, começaram a aparecer mais grupos", admite.

Divertimento

A universitária Yane Cordeiro diz que o grupo é mantido com "muita garra" e muitos dos participantes abrem mão de outros divertimentos para se reunirem semanalmente.

"Normalmente, as reuniões acontecem no fim de semana, e a Cia se transformou na nossa programação e divertimento. Muitos estudam em Sobral e tem que se deslocar entre os municípios, por isso, as reuniões tende a ser semanais", explica.

Dentro de Varjota, as apresentações são, principalmente, esquetes educativas em escolas, que também buscam mostrar a importância das artes cênicas para valorização e desenvolvimento cultural do município.

Mais informações
Cia de Teatro Criando Arte
Rua Fca. Rodrigues de Farias, 201
Varjota- Zona Norte
Telefone: (88) 9628.2240
Email- mailog10@hotmail.com

JESSYCA ROGRIGUES
COLABORADORA