Tromba-d’água desaba sobre o Cariri

Escrito por Redação ,
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Foto: Francisco Demontier
Crato (Sucursal) — Mais uma tromba-d’água desabou sobre o Cariri na madrugada de ontem. No Crato, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), foram registrados 156 milímetros. Já no Sítio Palmeirinha, distrito de Ponta da Serra, segundo informações do Monsenhor João Bosco Esmeraldo, a chuva foi de 223 milímetros: uma verdadeira tromba-d´água que inundou os baixios de Ponta da Serra e Dom Quintino.

Cercas e plantios de arroz foram cobertos pelas águas. Algumas casas foram inundadas. A rodovia Crato-Arajara-Barbalha, que já estava interditada, foi cortada nas proximidades do Sítio Romoaldo. A Câmara Municipal do Crato marcou uma audiência pública para amanhã com o objetivo de fazer uma avaliação dos prejuízos.

A cidade de Várzea Alegre está isolada. A enchente destruiu uma ponte na BR-230 que liga Farias Brito a Várzea Alegre. Em conseqüência o trânsito para Fortaleza, que estava sendo feito através de desvios, foi totalmente interrompido. Segundo o delegado de Várzea Alegre, Flávio Santos, a ponte localiza-se no Sítio Cachoeira, a 10 quilômetros da sede do Município. “Na manhã de ontem, não passava nem pedestres”, descreveu o delegado Santos. A BR-230 é uma extensão da Transamazônica. O trecho é da responsabilidade, portanto, do Governo Federal.

Da ponte entre Várzea Alegre e Lavras da Mangabeira, uma carreta caiu, interrompendo o tráfego na rodovia que estava sendo utilizada como desvio para Fortaleza. O deslizamento de barreiras interrompeu também a estrada Juazeiro-Caririaçu e Barbalha-Jardim. Mais uma vez, a rodovia que liga Mauriti a Palestina foi cortada pela enxurrada. Equipes do Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes (Dert) e da Construtora Coral estão tentando desobstruir os trechos danificados. Os engenheiros Juanísio Macedo e Adailton Leite acompanham os trabalhos de recuperação das rodovias.

A chuva de ontem inundou a agência do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), do Crato. O volume dágua não coube nas telhas de amianto e transbordou, molhando birôs, estantes, computadores e processos. Todas as salas da agência, que abriga também, provisoriamente, a gerência regional de Juazeiro do Norte, foram alagadas. A energia elétrica foi desligada. A gerente executiva, Jesusete Leal, informou que os prejuízos são incalculáveis. O atendimento ao público foi suspenso. Não tem data para voltar ao normal. O alagamento foi comunicado a empresa construtora do prédio, que se comprometeu em mandar um engenheiro para identificar as causas do trasbordamento que destruiu também parte do forro. “Se antes o prédio já não comportava as duas agências, agora o problema se agravou”, lamenta a gerente Jesusete Leal.