Prevenção contra a displasia
Escrito por
Redação
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Dores nas articulações traseiras e manqueira são os sinais evidentes da displasia coxofemural, doença de alta gravidade
Fortaleza. Uma doença incurável que, em alto grau de degeneração, deixa o animal prostrado. Assim é a displasia coxofemural, uma das enfermidades mais temidas por criadores de cães. Trata-se de uma síndrome multifatorial que compromete as articulações entre os ossos do quadril e o fêmur.
Geralmente manifesta-se em raças puras de grande porte, tais como Pastor Alemão, Rottweiler, Golden Retriever, Labrador e Boxer. Mas também em cães de médio porte como Poodle, Beagle e Coker, e até em gatos, conforme a radiologista veterinária, Iraína Mota Campos. O conhecimento e a prevenção são as medidas mais eficazes para livrar o cão das dores e da manqueira ocasionadas pela doença.
Iraína Mota explica que a displasia coxofemural pode ser adquirida ou congênita. No primeiro caso, o animal nasce normal, mas manejos errados provocam alterações ou lesões na junção do fêmur com o quadril. A veterinária observa que está se tornando muito comum os casos adquiridos.
Cada vez mais as pessoas criam raças grandes em apartamento, com pisos lisos, o que contribui para o tipo de lesão. O cão fica o tempo todo buscando se firmar em pé sobre cerâmicas ou porcelanatos, forçando as articulações traseiras.
O frequente estresse provoca a displasia. Ela explica que, mesmo o animal mantendo uma rotina diária de passeios e exercícios, ao retornar para casa encontra o ambiente desfavorável para se movimentar.
Posse responsável
No caso congênito, o filhote já nasce com a enfermidade. Aqui entra a responsabilidade do criador. Não é recomendável colocar para reprodução animais que apresentam a displasia, pois aumentam as chances do filhote nascer doente. "Não se deve acasalar cães com combinação de genes aptos para causar a doença.
Cães com pais portadores de displasia terão maior probabilidade de desenvolver a enfermidade, mas esta doença também pode surgir em filhotes de pais livres de displasia", afirma a veterinária. Conforme avalia, o melhor método de controle é a seleção de animais para o cruzamento.
"Cabe aos criadores um controle radiográfico, evitando dessa forma o cruzamento de animais displásicos. As pessoas devem ter a consciência de que, ao comprar um filhote, devem exigir o laudo radiográfico da displasia do pai e da mãe. Um dos dois deve ser isento da doença, pois isso dará mais segurança, e a chance de adquirir um filhote displásico será menor. Porém, mesmo o pai ou a mãe sendo livres da doença, ainda tem chance de 30% da ninhada ser displásica", atesta ela.
A doença se classifica em cinco graus, chegando até a alto grau de degeneração das articulações, formando quadro de artrose. Iraína Mota observa que a artrose tanto pode se dar na fase idosa, a partir de 8 a 10 anos, como no jovem de até menos de 1 ano de idade.
"Os tratamentos são apenas paliativos, pois não existe cura. A displasia não regride", afirma ela. Porém, admite que o tratamento pode estacionar a doença, proporcionando melhor qualidade de vida. Os mais comuns são a fisioterapia, com natação e caminhadas de baixo impacto, em terreno áspero ou areia frouxa, para fortalecer a musculatura sem forçar a articulação. Pode ser associado a medicamentos como protetores de cartilagem e anti-inflamatórios para a dor.
A veterinária aponta que também pode-se recorrer a cirurgias, para retirada da cabeça do fêmur (cefalectomia), que acaba com o atrito que causa as dores; ou secção do nervo da cabeça do fêmur, quando o cão para de sentir dor, mas a articulação continua se desgastando pelo uso.
"Outra forma é a cirurgia preventiva, simfisiodese púbica, método utilizado em cães muito jovens para que a pelve cresça de forma a criar uma articulação coxofemural mais firme. Estudos são feitos para avaliar se é seguro e eficiente", afirma ela. A prevenção é a medida mais acertada. Daí ela recomenda evitar a obesidade. No caso de cães que já são obesos, reduzir a ingestão de calorias para controlar o peso.
Exercícios
Os filhotes podem se exercitar a partir dos 3 meses, de forma moderada, com natação e caminhadas leves, para desenvolver a musculatura pélvica. Os exercícios pesados, como deixar o cão correr ao lado da bicicleta, ou de outros veículos, devem ser evitados, pois podem provocar não apenas a displasia como artroses.
Deve-se proporcionar um ambiente sempre favorável ao animal, não deixar o cão em pisos lisos. Filhotes recém-nascidos devem permanecer sobre uma superfície áspera, para evitar escorregões que forcem a articulação traseira.
Bichos de estimação
Veja mais sobre animais de estimação no blog Bem-Estar Pet
http://blogs.diariodonordeste.com.br/bemestarpet - twitter: @valerianfeitosa
MAIS INFORMAÇÕES
Veter - Centro de Diagnóstico por Imagem, Rua Francisco Holanda, 585, Fortaleza (CE)
Telefone: (85) 3224.8464
INCIDÊNCIA DA DOENÇA
Gatos também podem ser vítimas
Fortaleza. A radiologista veterinária Iraína Mota observa que os gatos também podem ser afetados pela displasia coxofemural, porém, com menores incidência e gravidade. "Os felinos domésticos, em especial gatos de raça pura e pelo longo como Persa, Maine Coon e Exótico, principalmente os animais idosos, podem apresentar, em maior ou menor grau, algum tipo de lesão articular. Contudo, nem sempre essas lesões manifestam sinais clínicos evidentes, o que dificulta em muito o diagnóstico da doença", afirma.
Ela explica que os achados radiográficos da displasia felina são semelhantes aos encontrados nos cães. "Radiograficamente, observa-se subluxação e luxação em grau variável, alterações morfológicas na cabeça e colo femurais e rasamento acetabular com presença de osteófitos em seus bordos. Estes sinais podem ser acentuados em animais idosos com manifestação crônica". Devido ao temperamento e à dificuldade de contenção, é difícil realizar exames clínicos adequados nos gatos domésticos, tornando ainda mais difícil a observação de sinais clínicos.
"Quando os animais afetados começam a demonstrar sintomas relacionados à lesão articular ou mesmo uma simples relutância em andar, associada à perda do apetite e dos hábitos comuns, é provável que a doença já esteja em um grau avançado", adverte a veterinária.
Doutor Vet responde
Cinomose tem cura
Carlos Cedro, de Boa Vista (RR), quer saber se Cinomose tem cura. Se a doença pode se agravar e quais os cuidados a tomar com o cão. Ele é criador de um Dog Alemão.
A Cinomose é uma doença infecto-contagiosa, de origem viral, que acomete somente os cães e outros canídeos. É uma doença altamente transmissível, sendo transmitida por meio da urina, fezes, secreções orais, saliva, secreções respiratórias e gotículas de aerossol contaminadas.
O vírus provoca alterações patológicas em diversos sistemas do organismo do animal. O cão pode apresentar sintomatologia respiratória, dermatológica, oftálmica, digestiva e neurológica. Os sinais clínicos mais comuns são febre, falta de apetite, secreção oftálmica bilateral purulenta, tosse e secreção nasal, pústulas abdominais, hiperqueratose do coxim plantar e do focinho, vômito, diarréia, incoordenação motora, ataxia, tremores e convulsões.
Hemograma completo
O diagnóstico precoce da Cinomose é fundamental para a cura da doença. Atualmente, o hemograma completo, a pesquisa de Inclusões de Lentz e os exames sorológicos auxiliam o Médico Veterinário a diagnosticar a doença de uma forma rápida e eficiente.
Vale ressaltar que estes exames devem ser exclusivamente solicitados pelo médico veterinário e os seus resultados analisados por este profissional, que correlacionará os resultados dos exames com o quadro clínico do animal doente.
Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, melhor será a resposta clínica ao tratamento terapêutico e menor será possibilidade do vírus provocar lesões neurológicas irreversíveis. O tratamento a ser inserido dependerá dos sinais clínicos apresentados pelo animal. Fluidoterapia, antibióticos, antieméticos, antidiarreicos, imunoestimulantes, colírios, xaropes, antitérmicos, anticonvulsivantes e outras medicações podem ser utilizadas de acordo com cada caso apresentado.
Para prevenção da doença, recomenda-se que o filhote seja vacinado com a vacina Polivante, conhecida popularmente por "Óctupla" ou "Déctupla", já com 45 dias de vida, e receba mais duas doses de reforço aos 75 e 105 dias de vida.
Recomenda-se procurar sempre o médico veterinário para efetuar o esquema de vacinação do filhote, já que este profissional é o único capaz de avaliar se o filhote está saudável para receber a vacina e se poderá apresentar uma boa produção de anticorpos pós-vacinal. Animais adultos e idosos devem ser vacinados anualmente. Além disso, deve-se evitar passear com o filhote em locais públicos e o contato com outros cães até o final do esquema de vacinação.
*Professora da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Favet-Uece). Esta coluna é mantida por meio de uma parceria com a Favet-Uece. Criadores interessados em tirar dúvidas sobre seus animais, nas mais variadas áreas da Veterinária, podem contatar o e-mail anavaleria@diariodonordeste. com.br ou o telefone (85) 3266.9790 ou 3266.9771.
ANNICE CORTEZ*
VALÉRIA FEITOSA
EDITORA DO REGIONAL
Fortaleza. Uma doença incurável que, em alto grau de degeneração, deixa o animal prostrado. Assim é a displasia coxofemural, uma das enfermidades mais temidas por criadores de cães. Trata-se de uma síndrome multifatorial que compromete as articulações entre os ossos do quadril e o fêmur.
Geralmente manifesta-se em raças puras de grande porte, tais como Pastor Alemão, Rottweiler, Golden Retriever, Labrador e Boxer. Mas também em cães de médio porte como Poodle, Beagle e Coker, e até em gatos, conforme a radiologista veterinária, Iraína Mota Campos. O conhecimento e a prevenção são as medidas mais eficazes para livrar o cão das dores e da manqueira ocasionadas pela doença.
Iraína Mota explica que a displasia coxofemural pode ser adquirida ou congênita. No primeiro caso, o animal nasce normal, mas manejos errados provocam alterações ou lesões na junção do fêmur com o quadril. A veterinária observa que está se tornando muito comum os casos adquiridos.
Cada vez mais as pessoas criam raças grandes em apartamento, com pisos lisos, o que contribui para o tipo de lesão. O cão fica o tempo todo buscando se firmar em pé sobre cerâmicas ou porcelanatos, forçando as articulações traseiras.
O frequente estresse provoca a displasia. Ela explica que, mesmo o animal mantendo uma rotina diária de passeios e exercícios, ao retornar para casa encontra o ambiente desfavorável para se movimentar.
Posse responsável
No caso congênito, o filhote já nasce com a enfermidade. Aqui entra a responsabilidade do criador. Não é recomendável colocar para reprodução animais que apresentam a displasia, pois aumentam as chances do filhote nascer doente. "Não se deve acasalar cães com combinação de genes aptos para causar a doença.
Cães com pais portadores de displasia terão maior probabilidade de desenvolver a enfermidade, mas esta doença também pode surgir em filhotes de pais livres de displasia", afirma a veterinária. Conforme avalia, o melhor método de controle é a seleção de animais para o cruzamento.
"Cabe aos criadores um controle radiográfico, evitando dessa forma o cruzamento de animais displásicos. As pessoas devem ter a consciência de que, ao comprar um filhote, devem exigir o laudo radiográfico da displasia do pai e da mãe. Um dos dois deve ser isento da doença, pois isso dará mais segurança, e a chance de adquirir um filhote displásico será menor. Porém, mesmo o pai ou a mãe sendo livres da doença, ainda tem chance de 30% da ninhada ser displásica", atesta ela.
A doença se classifica em cinco graus, chegando até a alto grau de degeneração das articulações, formando quadro de artrose. Iraína Mota observa que a artrose tanto pode se dar na fase idosa, a partir de 8 a 10 anos, como no jovem de até menos de 1 ano de idade.
"Os tratamentos são apenas paliativos, pois não existe cura. A displasia não regride", afirma ela. Porém, admite que o tratamento pode estacionar a doença, proporcionando melhor qualidade de vida. Os mais comuns são a fisioterapia, com natação e caminhadas de baixo impacto, em terreno áspero ou areia frouxa, para fortalecer a musculatura sem forçar a articulação. Pode ser associado a medicamentos como protetores de cartilagem e anti-inflamatórios para a dor.
A veterinária aponta que também pode-se recorrer a cirurgias, para retirada da cabeça do fêmur (cefalectomia), que acaba com o atrito que causa as dores; ou secção do nervo da cabeça do fêmur, quando o cão para de sentir dor, mas a articulação continua se desgastando pelo uso.
"Outra forma é a cirurgia preventiva, simfisiodese púbica, método utilizado em cães muito jovens para que a pelve cresça de forma a criar uma articulação coxofemural mais firme. Estudos são feitos para avaliar se é seguro e eficiente", afirma ela. A prevenção é a medida mais acertada. Daí ela recomenda evitar a obesidade. No caso de cães que já são obesos, reduzir a ingestão de calorias para controlar o peso.
Exercícios
Os filhotes podem se exercitar a partir dos 3 meses, de forma moderada, com natação e caminhadas leves, para desenvolver a musculatura pélvica. Os exercícios pesados, como deixar o cão correr ao lado da bicicleta, ou de outros veículos, devem ser evitados, pois podem provocar não apenas a displasia como artroses.
Deve-se proporcionar um ambiente sempre favorável ao animal, não deixar o cão em pisos lisos. Filhotes recém-nascidos devem permanecer sobre uma superfície áspera, para evitar escorregões que forcem a articulação traseira.
Bichos de estimação
Veja mais sobre animais de estimação no blog Bem-Estar Pet
http://blogs.diariodonordeste.com.br/bemestarpet - twitter: @valerianfeitosa
MAIS INFORMAÇÕES
Veter - Centro de Diagnóstico por Imagem, Rua Francisco Holanda, 585, Fortaleza (CE)
Telefone: (85) 3224.8464
INCIDÊNCIA DA DOENÇA
Gatos também podem ser vítimas
Fortaleza. A radiologista veterinária Iraína Mota observa que os gatos também podem ser afetados pela displasia coxofemural, porém, com menores incidência e gravidade. "Os felinos domésticos, em especial gatos de raça pura e pelo longo como Persa, Maine Coon e Exótico, principalmente os animais idosos, podem apresentar, em maior ou menor grau, algum tipo de lesão articular. Contudo, nem sempre essas lesões manifestam sinais clínicos evidentes, o que dificulta em muito o diagnóstico da doença", afirma.
Ela explica que os achados radiográficos da displasia felina são semelhantes aos encontrados nos cães. "Radiograficamente, observa-se subluxação e luxação em grau variável, alterações morfológicas na cabeça e colo femurais e rasamento acetabular com presença de osteófitos em seus bordos. Estes sinais podem ser acentuados em animais idosos com manifestação crônica". Devido ao temperamento e à dificuldade de contenção, é difícil realizar exames clínicos adequados nos gatos domésticos, tornando ainda mais difícil a observação de sinais clínicos.
"Quando os animais afetados começam a demonstrar sintomas relacionados à lesão articular ou mesmo uma simples relutância em andar, associada à perda do apetite e dos hábitos comuns, é provável que a doença já esteja em um grau avançado", adverte a veterinária.
Doutor Vet responde
Cinomose tem cura
Carlos Cedro, de Boa Vista (RR), quer saber se Cinomose tem cura. Se a doença pode se agravar e quais os cuidados a tomar com o cão. Ele é criador de um Dog Alemão.
A Cinomose é uma doença infecto-contagiosa, de origem viral, que acomete somente os cães e outros canídeos. É uma doença altamente transmissível, sendo transmitida por meio da urina, fezes, secreções orais, saliva, secreções respiratórias e gotículas de aerossol contaminadas.
O vírus provoca alterações patológicas em diversos sistemas do organismo do animal. O cão pode apresentar sintomatologia respiratória, dermatológica, oftálmica, digestiva e neurológica. Os sinais clínicos mais comuns são febre, falta de apetite, secreção oftálmica bilateral purulenta, tosse e secreção nasal, pústulas abdominais, hiperqueratose do coxim plantar e do focinho, vômito, diarréia, incoordenação motora, ataxia, tremores e convulsões.
Hemograma completo
O diagnóstico precoce da Cinomose é fundamental para a cura da doença. Atualmente, o hemograma completo, a pesquisa de Inclusões de Lentz e os exames sorológicos auxiliam o Médico Veterinário a diagnosticar a doença de uma forma rápida e eficiente.
Vale ressaltar que estes exames devem ser exclusivamente solicitados pelo médico veterinário e os seus resultados analisados por este profissional, que correlacionará os resultados dos exames com o quadro clínico do animal doente.
Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, melhor será a resposta clínica ao tratamento terapêutico e menor será possibilidade do vírus provocar lesões neurológicas irreversíveis. O tratamento a ser inserido dependerá dos sinais clínicos apresentados pelo animal. Fluidoterapia, antibióticos, antieméticos, antidiarreicos, imunoestimulantes, colírios, xaropes, antitérmicos, anticonvulsivantes e outras medicações podem ser utilizadas de acordo com cada caso apresentado.
Para prevenção da doença, recomenda-se que o filhote seja vacinado com a vacina Polivante, conhecida popularmente por "Óctupla" ou "Déctupla", já com 45 dias de vida, e receba mais duas doses de reforço aos 75 e 105 dias de vida.
Recomenda-se procurar sempre o médico veterinário para efetuar o esquema de vacinação do filhote, já que este profissional é o único capaz de avaliar se o filhote está saudável para receber a vacina e se poderá apresentar uma boa produção de anticorpos pós-vacinal. Animais adultos e idosos devem ser vacinados anualmente. Além disso, deve-se evitar passear com o filhote em locais públicos e o contato com outros cães até o final do esquema de vacinação.
*Professora da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Favet-Uece). Esta coluna é mantida por meio de uma parceria com a Favet-Uece. Criadores interessados em tirar dúvidas sobre seus animais, nas mais variadas áreas da Veterinária, podem contatar o e-mail anavaleria@diariodonordeste. com.br ou o telefone (85) 3266.9790 ou 3266.9771.
ANNICE CORTEZ*
VALÉRIA FEITOSA
EDITORA DO REGIONAL