Parceria técnica espera triplicar produção de leite em Santana do Acaraú em três anos
Ao todo, 21 produtores serão atendidos com assistência técnica do Sebrae
Para potencializar a produção de leite no município de Santana do Acaraú, região Norte do Estado, um grupo de 21 pequenos produtores passará a receber o acompanhamento técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Ceará, a partir de agosto. O objetivo da parceria, firmada entre a Prefeitura e o Sebrae neste mês, é triplicar a produção de leite no Município, referência na região, durante um período de três anos.
"Hoje, estamos com sete vacas e produzindo cerca de 40 litros de leite por dia”, conta o produtor Edmundo Canafístula da Costa, da fazenda Baixa-Fria, na zona rural de Santana do Acaraú. Segundo ele, os principais desafios são a falta de assistência técnica e financiamento, além de oportunidade de comprar a ração diretamente da fábrica, o que reduz consideravelmente os custos pela ausência dos atravessadores, segundo o produtor.
“Com assistência e um melhor acompanhamento com visita dos técnicos a expectativa é triplicar a quantidade do leite que a gente tira hoje”, ressalta.
Bacia leiteira
O município faz parte do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), iniciativa do Banco do Nordeste para apoiar o desenvolvimento territorial da região, como da cadeia da bovinocultura. “Somos a segunda bacia leiteira do Ceará. Temos, hoje, aproximadamente 23 tanques de resfriamento de leite, entre públicos e particulares, e uma unidade de referência situada em Santana do Acaraú”, pontua Arlene Farias, secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente do Município.
Por volta de 2017, foi firmado, também junto ao Sebrae, o Programa Balde Cheio, que utiliza metodologias da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Um total de 31 produtores de Santana do Acaraú participaram deste projeto. “O processo foi finalizado e agora estamos iniciando uma nova etapa, com novos produtores que vão começar do zero, no patamar que eles estiverem”, destaca Farias.
Tecnologias do Programa Balde Cheio:
- Uso intensivo de pastagens em sistema de pastejo rotacionado e uso de sistemas de irrigação;
- Fornecimento de cana-de-açúcar com uréia como suplementação alimentar no período da seca;
- Controle reprodutivo;
- Controle sanitário no rebanho;
- Recuperação e conservação da fertilidade do solo;
- Plantio de árvores para formação ou renovação de matas ciliares;
- Preservação de áreas de proteção permanente;
- Ações de melhoria da qualidade da água.
O grupo de 21 produtores deverá receber atividades de capacitação para melhoramento genético e estímulo a inseminação artificial, além do incremento de suportes forrageiros com plantio de palma ou sorgo, reserva alimentar para o rebanho utilizada após o fim da quadra chuvosa (fevereiro a maio). Isso será feito a partir do acompanhamento de técnicos do Sebrae. A Prefeitura entrará com 15% do valor total investido e o Sebrae com 85%.
“Esperamos uma cadeia produtiva da bovinocultura mais fortalecida. Que possamos ter, também, a garantia da sucessão rural, envolvendo a juventude ao longo desse período, que possa dar continuidade no empreendimento familiar”, destaca Farias.