Moradores de Canindé retiram água sem condição para consumo humano do açude São Matheus

Moradores utilizam o açude para pescar , vender os peixes e, assim, faturar algum dinheiro para gastar no Natal

Escrito por Antonio Carlos Alves ,

O segundo maior açude de Canindé, o São Matheus com capacidade 10 milhões 340 mil metros cúbicos, não serve mais para atender o consumo humano da Cidade. O manancial atingiu o volume morto e a água que restou está poluída. Apesar disso, se tornou a única opção para muitas famílias que moram no seu entorno.

Todos os dias, centenas de pescadores ainda tiram do reservatório o sustento de suas famílias. O casal Antonio Gaspar da Silva, 54 anos, e Maria Ribeiro da Silva, 55 anos, ainda pesca todos os dias no leito do rio Canindé, o principal afluente do açude.

"Ainda dá para pegar algumas branquinhas - um tipo de peixe que leva essa denominação por ser branco. Vendemos a  tilápia pequena por R$ 5,00, o cambo. A branquinha custa R$ 3,00. Com essas vendas, não vamos passar o Natal sem nada na mesa", salienta a pescadora Maria.

Cerca de 30 moradores do entorno utilizam o que restou da água para pescar. "A tilápia é um peixe pequeno, mas serve para vender e comer sem problemas. Quem não pode comprar o pescado de tamanho grande, compra o pequeno", explica seu Antônio.

O morador do bairro da Palestina João Sabino ainda insiste em retirar água do São Matheus. "Com um pouco de paciência, a gente aproveita alguma coisa para tomar banho", contou Sabino que dá cinco viagens todos os dias, num percurso de seis quilômetros de ida e volta.

Desde a última sexta-feira, as zonas urbanas de Canindé e Caridade recebem água através de uma adutora que puxa água do açude de General Sampaio.