Icapuí têm equipamento de purificação de água a partir da energia gerada por microrganismos

Tecnologia é estudada em pesquisa internacional por engenheiros do Reino Unido em parceria com cearenses como alternativa para a produção de água potável

Escrito por Redação , regiao@svm.com.br
Legenda: Município foi escolhido pela dependência da água da chuva para consumo humano
Foto: Kid Júnior

Icapuí, no Litoral Leste, possui equipamento para a purificação de água a partir da energia gerada por microrganismos do solo criado por equipe de engenheiros da Universidade de Bath, no Reino, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Os primeiros resultados foram publicados em revistas internacionais e o próximo objetivo será atender famílias completas com a tecnologia.

Os pesquisadores instalaram um sistema de purificação de água na Escola de Ensino Fundamental (EEF) Professora Mizinha, em Icapuí, em 2019. Com o equipamento, a equipe conseguiu demonstrar que as chamadas células de combustível microbiológico do solo (CCMS) podem gerar energia para a purificação de três litros de água diários com custo reduzido.

Foto mostra equipamento
Legenda: Tecnologia permite o armazenamento de energia para uso no tratamento de água
Foto: Divulgação UFC

A vila de pescadores cearense foi escolhida por ter, como principal fonte de água para consumo humano,  mananciais abastecidos por água da chuva. O recurso, então, passa por processo de filtração e adição de cloro para se tornar própria para beber, mas o método gera mal gosto e odor.

Funcionamento

As células de combustível microbiológico do solo produzem energia da atividade de microrganismos específicos naturalmente encontrados na terra. Assim, o sistema desenvolvido pelos pesquisadores possui equipamentos para armazenar essa energia e usá-la em reatores para o tratamento de água. As unidades são de baixo custo, conforme o cientistas, e poderiam ter preço reduzido caso sejam produzidas em larga escala e com uso de recursos locais para a fabricação no futuro.

Em português, o projeto é denominado Métodos Sustentáveis para Desenvolver Resiliência no Nordeste Brasileiro (Smarter II: Sustainable Approaches for Resilience Building in North East Brazil). Além de membros Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFC, o Departamento de Química, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), também integra a equipe.