Criação de ovinos e caprinos nos Inhamuns

Tauá é apontado como o maior criador de ovinos e caprinos do Ceará, respondendo por 35% da oferta desses animais

Escrito por Redação ,
Legenda: O Ceará detém o terceiro maior rebanho de ovinos, após o Rio Grande do Sul e a Bahia. O Estado tem condições de ampliar a atividade de criação
Foto: Foto: Honório Barbosa

Tauá A região dos Inhamuns foi reconhecida oficialmente como Área de Criação Qualificada de Caprinos e Ovinos. A Lei Estadual Nº 15.803, que dá à região esse status, foi sancionada pelo governador Camilo Santana e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). A iniciativa foi do deputado Audic Mota.

A região já era considerada referência na criação de ovinos e caprinos. É o maior centro de produção do Estado e um dos maiores do Nordeste. Agora, o reconhecimento oficial da qualidade do rebanho estimula a capacidade de permanência da atividade e propicia a conquista de novos mercados.

O deputado Audic Mota vê a lei como uma maneira concreta de incentivar cada vez mais a melhoria da qualidade genética, da raça dos animais, fixando um padrão diferenciado de qualidade, além de favorecer a movimentação da economia regional e assim obter também a certificação dos Inhamuns pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

A diferenciação dos produtos se dá a partir da incorporação da identidade territorial e cultural ligada ao ambiente geográfico de onde são produzidos. Um selo de identificação vai assegurar a melhoria acentuada do produto em relação a similares, agregar valor, facilitar a inserção do produtor no mercado, gerar emprego e renda, proteger o produto, fortalecer as organizações dos produtores e, sobretudo, valorizar a região pela promoção e preservação.

O Ceará detém o terceiro maior rebanho de ovinos, após o Rio Grande do Sul e a Bahia. O Estado tem condições de ampliar a atividade de criação de ovinos e de caprinos. As maiores áreas de criação estão no Sertão dos Inhamuns (Tauá) e no Sertão Central (Quixadá e Quixeramobim). Boa parte do rebanho cearense está em pequenas propriedades rurais.

O município de Tauá é apontado como o maior criador de ovinos e caprinos, respondendo por 35% da oferta de animais no Ceará. Anualmente, a cidade promove a Feira de Negócios de Ovinos e de Caprinos (Festberro), no parque de Exposições. O evento movimenta a economia local e atrai compradores do Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte. O secretário de Agricultura do município de Tauá, Luís Tomás, disse que cerca de 300 criadores foram selecionados para participar do programa Rota do Cordeiro, que deverá ser intensificado e destacou a vocação dos produtores rurais para a criação de ovinos e de caprinos. Duas unidades de referência estão sendo instaladas.

A partir da implantação do Programa Rota do Cordeiro, houve a visita às propriedades produtoras para um levantamento da situação dos rebanhos e da estrutura das fazendas do Município. Técnicos e produtores estão unidos no município para dar um salto de qualidade, investindo em tecnologia moderna de criação, vencendo com coragem as adversidades da seca. "O nosso esforço é apoiar a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura, que consideramos viável e fonte de renda e ocupação no campo", frisou o secretário de Agricultura, Luís Tomás.

A criação de ovinos e de caprinos é apontada como a principal atividade econômica do município, gerando emprego e renda no campo e na cidade, onde são comercializados a carne e derivados do leite. Há um esforço em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para melhoria da qualidade genética e a implantação de um selo de qualidade dos produtos. Essas instituições orientam e repassam novas tecnologias para os criadores.

O presidente da Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos dos Inhamuns (Ascoci), Vanilson Oliveira Lima, disse que esse reconhecimento oficial do Estado foi um passo importante. "São animais rústicos, com raças bem adaptadas ao nosso clima. A atividade gera emprego e renda no campo", frisou. Mesmo assim, o setor enfrenta adversidades após quatro anos seguidos de chuvas abaixo da média, como dificuldades de água e de alimentação.

"O que nós precisamos é de assistência técnica, presença de um técnico da porteira para dentro, financiamento para nos adequarmos às novas tecnologias de criação, implantação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), funcionamento de um abatedouro regular para eliminar o comércio informal", defendeu.

Mais informações:

Secretaria de Agricultura de Tauá

Parque de Exposições Pedro Alexandrino Feitosa

Rodovia BR-020

Telefone: (88) 3437-2266

Honório Barbosa
Colaborador