Combate ao tráfico de fósseis
Escrito por
Redação
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Conscientizar os estudantes sobre o valor científico dos fósseis é estratégia para combater o tráfico no setor
Juazeiro do Norte. O Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM), fortalece o trabalho de combate ao tráfico de fósseis na Bacia do Araripe com um trabalho de educação e conscientização nas escolas do Ensino Fundamental da região do Cariri. Cerca de 30 cidades receberam, ontem, uma coleção de fósseis cedida pelo órgão, para servir de instrumento educativo nas salas de aula. O kit "Coleções didáticas com fósseis da Bacia do Araripe", inicialmente, estará sendo distribuído no Cariri. São 90 fósseis para começar o trabalho. Também estão inseridos no programa os estados de Pernambuco e Piauí, estados que fazem parte da Bacia Sedimentar do Araripe.
O lançamento do projeto aconteceu na Universidade Regional do Cariri (Urca), com a presença do diretor de fiscalização nacional do órgão, Walter Lins Arcoverde, o diretor do 10º Distrito do DNPM-CE, Fernando Antônio da Costa Roberto, o diretor do Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro, Diógenes de Almeida Campos, além do chefe do escritório do DNPM no Crato, Artur Andrade. O material foi repassado para as escolas por meio de um termo de cessão assinado pelo responsável pela unidade de ensino e o diretor do 10º Distrito, Fernando Costa.
Inicialmente, segundo o diretor de fiscalização nacional, a distribuição acontece em cidades do Cariri. Em seguida, para estados fronteiriços. Ele destaca que os fósseis que estão sendo cedidos são os mais comuns encontrados na Bacia do Araripe, como peixes, insetos, plantas e répteis. Em cada kit repassado estão de cinco a seis fósseis. Junto desse material é entregue uma cartilha com explicações a respeito do projeto e orientações básicas sobre a Bacia Sedimentar do Araripe, a Paleontologia, os fósseis e as eras de formação, além de cartazes.
Capacitação de professores
O reitor da Urca, Plácido Cidade Nuvens, destacou a importância da distribuição do kit, além de colocar a Universidade à disposição para promover a capacitação dos professores na área, a fim de facilitar o repasse das informações para os alunos das séries iniciais. Ele ressaltou a necessidade da difusão do conhecimento junto às comunidades escolares, dentro de uma ação educativa.
"Queremos nos congratular com o DNPM e dizer que a Urca empresta inteiro apoio a esse projeto", enfatiza. Todo o material distribuído para os estudantes é oriundo de apreensões, coletado sem autorização ou do resgate desses fósseis durante flagrantes de atividades ilegais de mineração.
As peças foram classificadas e acondicionadas em caixas apropriadas, contendo folder explicativo para o educador na área de Ciências Naturais, além de dois cartazes. Diógenes de Almeida Campos, um dos grandes pesquisadores da Paleontologia na Bacia do Araripe, diante da plateia de professores, afirmou a necessidade não apenas dos docentes receberem o kit com os fósseis, mas de utilizá-los como recurso para explicar questões como a formação da terra, os efeitos que o planeta tem sofrido hoje com o aquecimento global, entre outras questões e serem levantadas envolvendo a temática. Ele destacou a importância dos alunos terem conhecimento na área das ciências desde as primeiras séries.
A paleontóloga Maria Helena Hessel, que representou a Universidade Federal do Ceará (UFC), destacou o importância do trabalho do DNPM na fiscalização para conter o tráfico de fósseis. Disse que este ano foi muito importante para a Paleontologia do Cariri, iniciado com o encontro realizado com estudantes universitários sobre o tema, além da Paleo região Nordeste 2009, sediada no Cariri.
Já o chefe do escritório do DNPM no Crato, Artur Andrade, disse que esse era um momento muito esperado. Há alguns anos, segundo ele, discutia-se a forma mais adequada para a distribuição desse material. "Essa é uma batalha de 10 anos. Uma oportunidade de possibilitar o acesso à comunidade do nosso patrimônio fossilífero e construir o alicerce de formação", completa. O escritório estará aberto para maiores esclarecimentos aos educadores.
O trabalho de proteção aos fósseis da Chapada do Araripe tende a se intensificar. Walter Arcoverde afirma que, a partir do próximo ano, os donos de mineradores deverão contratar um profissional da área para acompanhar e verificar o material coletado no local. Os fósseis de valor científico serão encaminhados para o DNPM para serem repassados a pesquisadores da área.
O diretor de fiscalização destaca a importância de se investir mais nas pesquisas dentro do Brasil, para que as descobertas nessas áreas tenham a chancela dos estudiosos brasileiros.
Segundo ele, a lei relacionada ao tráfico de fósseis no Brasil, de 1942, também está prestes a ser modificada, para atender às necessidades atuais no que diz respeito à garantia da permanência desse patrimônio no Brasil, com maior segurança. Em 2007, houve uma apreensão de fósseis no Aeroporto de Guarulho, em São Paulo, com cerca de quatro mil peças do Araripe. Esse material está na sede do DNPM, aguardando encaminhamento para museus.
EDUCAÇÃO
"O tráfico de fósseis no Brasil tem diminuído. A conscientização e educação são importantes para isso"
WALTER ARCOVERDE
Diretor de Fiscalização do DNPM
MAIS INFORMAÇÕES
Escritório do DNPM no Cariri
Pça. da Sé, 105, Centro, Crato (88) 3521.1619; Museu de Paleontologia do Cariri (Urca), (88) 3541.1206
ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter
Juazeiro do Norte. O Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM), fortalece o trabalho de combate ao tráfico de fósseis na Bacia do Araripe com um trabalho de educação e conscientização nas escolas do Ensino Fundamental da região do Cariri. Cerca de 30 cidades receberam, ontem, uma coleção de fósseis cedida pelo órgão, para servir de instrumento educativo nas salas de aula. O kit "Coleções didáticas com fósseis da Bacia do Araripe", inicialmente, estará sendo distribuído no Cariri. São 90 fósseis para começar o trabalho. Também estão inseridos no programa os estados de Pernambuco e Piauí, estados que fazem parte da Bacia Sedimentar do Araripe.
O lançamento do projeto aconteceu na Universidade Regional do Cariri (Urca), com a presença do diretor de fiscalização nacional do órgão, Walter Lins Arcoverde, o diretor do 10º Distrito do DNPM-CE, Fernando Antônio da Costa Roberto, o diretor do Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro, Diógenes de Almeida Campos, além do chefe do escritório do DNPM no Crato, Artur Andrade. O material foi repassado para as escolas por meio de um termo de cessão assinado pelo responsável pela unidade de ensino e o diretor do 10º Distrito, Fernando Costa.
Inicialmente, segundo o diretor de fiscalização nacional, a distribuição acontece em cidades do Cariri. Em seguida, para estados fronteiriços. Ele destaca que os fósseis que estão sendo cedidos são os mais comuns encontrados na Bacia do Araripe, como peixes, insetos, plantas e répteis. Em cada kit repassado estão de cinco a seis fósseis. Junto desse material é entregue uma cartilha com explicações a respeito do projeto e orientações básicas sobre a Bacia Sedimentar do Araripe, a Paleontologia, os fósseis e as eras de formação, além de cartazes.
Capacitação de professores
O reitor da Urca, Plácido Cidade Nuvens, destacou a importância da distribuição do kit, além de colocar a Universidade à disposição para promover a capacitação dos professores na área, a fim de facilitar o repasse das informações para os alunos das séries iniciais. Ele ressaltou a necessidade da difusão do conhecimento junto às comunidades escolares, dentro de uma ação educativa.
"Queremos nos congratular com o DNPM e dizer que a Urca empresta inteiro apoio a esse projeto", enfatiza. Todo o material distribuído para os estudantes é oriundo de apreensões, coletado sem autorização ou do resgate desses fósseis durante flagrantes de atividades ilegais de mineração.
As peças foram classificadas e acondicionadas em caixas apropriadas, contendo folder explicativo para o educador na área de Ciências Naturais, além de dois cartazes. Diógenes de Almeida Campos, um dos grandes pesquisadores da Paleontologia na Bacia do Araripe, diante da plateia de professores, afirmou a necessidade não apenas dos docentes receberem o kit com os fósseis, mas de utilizá-los como recurso para explicar questões como a formação da terra, os efeitos que o planeta tem sofrido hoje com o aquecimento global, entre outras questões e serem levantadas envolvendo a temática. Ele destacou a importância dos alunos terem conhecimento na área das ciências desde as primeiras séries.
A paleontóloga Maria Helena Hessel, que representou a Universidade Federal do Ceará (UFC), destacou o importância do trabalho do DNPM na fiscalização para conter o tráfico de fósseis. Disse que este ano foi muito importante para a Paleontologia do Cariri, iniciado com o encontro realizado com estudantes universitários sobre o tema, além da Paleo região Nordeste 2009, sediada no Cariri.
Já o chefe do escritório do DNPM no Crato, Artur Andrade, disse que esse era um momento muito esperado. Há alguns anos, segundo ele, discutia-se a forma mais adequada para a distribuição desse material. "Essa é uma batalha de 10 anos. Uma oportunidade de possibilitar o acesso à comunidade do nosso patrimônio fossilífero e construir o alicerce de formação", completa. O escritório estará aberto para maiores esclarecimentos aos educadores.
O trabalho de proteção aos fósseis da Chapada do Araripe tende a se intensificar. Walter Arcoverde afirma que, a partir do próximo ano, os donos de mineradores deverão contratar um profissional da área para acompanhar e verificar o material coletado no local. Os fósseis de valor científico serão encaminhados para o DNPM para serem repassados a pesquisadores da área.
O diretor de fiscalização destaca a importância de se investir mais nas pesquisas dentro do Brasil, para que as descobertas nessas áreas tenham a chancela dos estudiosos brasileiros.
Segundo ele, a lei relacionada ao tráfico de fósseis no Brasil, de 1942, também está prestes a ser modificada, para atender às necessidades atuais no que diz respeito à garantia da permanência desse patrimônio no Brasil, com maior segurança. Em 2007, houve uma apreensão de fósseis no Aeroporto de Guarulho, em São Paulo, com cerca de quatro mil peças do Araripe. Esse material está na sede do DNPM, aguardando encaminhamento para museus.
EDUCAÇÃO
"O tráfico de fósseis no Brasil tem diminuído. A conscientização e educação são importantes para isso"
WALTER ARCOVERDE
Diretor de Fiscalização do DNPM
MAIS INFORMAÇÕES
Escritório do DNPM no Cariri
Pça. da Sé, 105, Centro, Crato (88) 3521.1619; Museu de Paleontologia do Cariri (Urca), (88) 3541.1206
ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter