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'Vamos aguardar perícia para fazermos acordo', diz governador do Piauí sobre litígio com Ceará

Processo de disputa territorial entre os estados vizinhos está no STF

Escrito por Alessandra Castro, Luana Barros ,
Rafael Fonteles
Legenda: O governador do Piauí esteve no Centro de Eventos, em Fortaleza, para participar de encontro com governadores do Nordeste
Foto: Tatiana Fortes/Governo do Ceará

O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), afirmou, nessa sexta-feira (5), que vai aguardar o resultado da nova perícia sobre a divisão territorial entre o seu estado e o Ceará para chegar a um "acordo" com o governador Elmano de Freitas (PT). A declaração foi dada durante encontro do Consórcio Nordeste, no Centro de Eventos.

Desde 2011, o Piauí reivindica, no Supremo Tribunal Federal (STF), o território de 13 municípios cearenses.

"Esse litígio foi gerado antes do governador Rafael e do governador Elmano. Eu acho que a gente, com a mediação do STF, chegaremos a um bom entendimento, assim como já aconteceu em outros litígios que tivemos, como do Piauí com a Bahia e do Piauí com o Tocantins. Então, eu sei que é uma preocupação de vários municípios cearenses, também é uma preocupação dos piauienses, mas a gente vai ter a sabedoria suficiente, tanto eu quanto o governador Elmano, as nossas procuradorias e o Supremo Tribunal Federal, para resolver essa questão o mais rapidamente possível e dar segurança jurídica para todo mundo" 
Rafael Fonteles (PT)
Governador do Piauí

Segundo Rafael Fonteles, as conversas com Elmano sobre o tema, até o momento, foram superficiais, já que ambos esperam o resultado de uma nova perícia, iniciada em setembro de 2022 pelo Exército brasileiro. A perspectiva é de que os trabalhos levem um ano.

Contudo, o Governo do Ceará pediu a substituição do Exército pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para realização da perícia. A justificativa é ampliar o leque de análise, incluindo "todas as variáveis que lhe são fundamentais como o estudo dos componentes humano, histórico, cultural, social e econômico". O Exército já afirmou que não possui competência para responder a esses questionamentos. 

Uma inspeção preliminar já feita foi realizada pelo Serviço Geográfico do Exército, no período pré-pandemia, que apresentou relatório preliminar favorável ao Piauí, aumentando para 14 o número de territórios cearenses que deveriam ir para administração do vizinho. O Ceará, por sua vez, questionou o parecer.

O Exército apresentou o resultado preliminar baseado apenas em análises cartográficas. 

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"Ainda está em processo de perícia. A gente vai aguardar o resultado da perícia para poder fazermos algum entendimento, algum acordo", ressaltou o governador do Piauí.

Divisão do território Ceará e Piauí

Em março deste ano, o governador anunciou um grupo de trabalho, formado por membros de diversas secretarias do Ceará, para acompanhar as discussões e desdobramentos do litígio de terras entre o Estado e o Piauí. Ainda não houve uma nova decisão sobre o tema, no qual processo tramita no STF.

Território em disputa

Pelo menos 13 municípios fazem parte da área de litígio entre o Ceará e o Piauí. Mais de 240 mil cearenses podem ser impactados caso a decisão seja favorável ao Piauí.

Os municípios com territórios em disputa são:

  • São Benedito
  • Croatá
  • Ibiapina
  • Carnaubal
  • Guaraciaba do Norte
  • Poranga
  • Crateús
  • Ipaporanga
  • Tianguá
  • Viçosa do Ceará
  • Granja
  • Ipueiras
  • Ubajara

 

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