Legislativo Judiciário Executivo

‘Sarto é perseguido’, diz Gardel Rolim sobre crise entre Governo do Ceará e Prefeitura

Líder do Governo Elmano na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado Estadual Romeu Aldigueri acusa o presidente da Câmara de Fortaleza de estar "mal informado"

Escrito por Igor Cavalcante , igor.cavalcante@svm.com.br
Gardel Rolim, presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Fortaleza
Legenda: Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Fortaleza, Gardel Rolim criticou a relação estabelecida entre o Governo do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza
Foto: Ismael Soares

Na avaliação do  presidente da Câmara de Fortaleza, o vereador Gardel Rolim (PDT), o prefeito José Sarto (PDT) é “perseguido” por seus posicionamentos políticos. Entre os indícios dessa suposta perseguição, o parlamentar cita o fim de parcerias do Município com o Governo do Ceará, comandado por Elmano de Freitas (PT).

Encarregado pelo Poder Executivo do Estado de responder às críticas do vereador, o líder do Governo na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado estadual Romeu Aldigueri, diz que Gardel está “mal informado” e que o governador mantém investimentos na Capital.

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O presidente da Câmara concedeu entrevista aos editores de Política do Diário do Nordeste, Jéssica Welma e Wagner Mendes, na live do PontoPoder desta quinta-feira (16). 

Durante a conversa, o político comentava que PT e PDT têm um histórico de oposição em Fortaleza, mesmo quando havia uma aliança entre as siglas a nível estadual. Contudo, segundo ele, a situação ficou mais acirrada com a ruptura estadual e tem sido um obstáculo para o projeto “super ousado” que Sarto tem para a Cidade.

“Quando estávamos convivendo no Estado, esse embate era menor. Como hoje é mais hostil, há uma perseguição, uma empreitada mais dura, uma procura mais forte (...) Eu acho que o prefeito Sarto tem sido perseguido, honestamente, em sua gestão. Ele não fala e não gosta que fale, mas não há um apoio ou um projeto que o Governo do Estado tenha com a Prefeitura de Fortaleza. O ‘Nossas Guerreiras’, que é um programa de capacitação e financiamento de pequenos negócios para mulheres da periferia, no começo do Governo Elmano foi cortado”
Gardel Rolim (PDT)
Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza

O político citou ainda o subsídio da passagem de ônibus da Capital, firmado durante a pandemia, que foi cortado em 2023. “O recurso para o IJF foi diminuído no Governo Elmano. Se isso não é perseguição é o quê?”, perguntou.

Gardel também reclamou que, desde que tomou posse, o governador recebeu Sarto apenas uma vez. “Qual o programa do Governo Federal que chegou em Fortaleza? Qual o apoio que o governador e o ministro da Educação (Camilo Santana), com todo o prestígio que têm, conseguiram atrair de recursos e projetos para Fortaleza?”, seguiu.

“Mal informado”

Procurado pela reportagem, o Governo Elmano informou que iria se pronunciar por meio do líder no Legislativo estadual, Romeu Aldigueri. Em nota, o político disse “Gardel está mal informado.

“O Estado nunca cortou subsídios, pelo contrário. O Governo do Estado ajuda a manter o transporte público da capital há muitos anos com cerca de R$ 30 milhões/ano, através da redução em 66% na base de cálculo do ICMS do Diesel. Sobre o IJF, o presidente da CMF também está também mal informado. O Estado repassa quase R$ 6 milhões por mês ao hospital, assim como ajuda a saúde de todos os nossos municípios”
Romeu Aldigueri
Líder do Governo Elmano na Assembleia Legislativa do Ceará

O político ainda destacou os investimentos do Governo do Estado para reduzir as filas de cirurgia e no tratamento oncológico tanto em Fortaleza quanto no Interior.

Histórico de embates

O financiamento do IJF, os subsídios para as passagens de ônibus e a falta de diálogo entre prefeito e governador são motivos de vários embates entre as duas gestões desde o ano passado. Logo após a posse de Elmano, Sarto defendeu uma “repactuação” entre a Prefeitura, o Estado e o Governo Federal para a manutenção do IJF. À época, Elmano reclamou que há uma superlotação nas unidades de saúde da Capital, o que afeta a rede estadual. 

Em seguida, um novo embate envolveu o aumento de 15% da passagem de ônibus da Capital. Ao informar sobre a decisão, em março do ano passado, Sarto justificou o reajuste dizendo que, até 2022, havia uma parceria com o Governo do Ceará, que subsidiava R$ 3 milhões para as passagens. O auxílio, no entanto, foi suspenso.

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Elmano de Freitas rebateu o prefeito alegando que “o Governo do Estado ajuda a manter o transporte público da capital há muitos anos com cerca de R$ 30 milhões/ano”.

Ele disse que a fala de Sarto teve como objetivo "transferir responsabilidade de aumento de passagens de ônibus para o Governo" e escondeu parte dos fatos. 

Assista ao programa completo: 

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