Sargento Reginauro diz que CPI terá que "forjar provas" contra ele em caso de motim
O vereador é um dos convidados da CPI que investiga possível relação de associações de PMs e motim no Ceará em 2020
Próximo convidado a depor na CPI das Associações Militares na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), o vereador de Fortaleza Sargento Reginauro (UB) disse que os deputados terão que "forjar provas" para alcançá-lo nas investigações. Ele tinha depoimento previsto para esta quarta-feira (6), mas foi adiado.
Durante a sessão da Câmara Municipal nesta quarta, o parlamentar falou ainda que a comissão estaria desperdiçando "tempo e recurso" ao investigar a relação das associações militares com o motim dos policias ocorrido em 2020.
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À frente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS) até o início do motim de policiais e bombeiros em 2020, o parlamentar disse ainda que a CPI terá de criar uma narrativa para apresentar as provas. Reginauro pediu exoneração da associação no dia 19 de fevereiro daquele ano.
Marcada pra esta quarta-feira, a participação do vereador na CPI foi adiada e ocorrerá na terça-feira (12).
O relator do caso, deputado Elmano Freitas (PT), argumentou a mudança alegando precisar de mais tempo para analisar novas documentações às quais teve acesso.
"Queria estar (na CPI) hoje, mas adiaram porque, segundo eles, querem mais informações. Eu já disse aqui: quebrem meu sigilo bancário e fiscal. Estou esperando para ser ouvido, façam todos os esforços que quiserem. De uma coisa que este vereador não tem medo, é da justiça", destacou durante discurso.
O parlamentar também fez críticas à presidência da CPI que, segundo ele, não comunicou à Câmara Municipal o requerimento de convite para prestar depoimento na Assembleia Legislativa.
Procurada, a assessoria do deputado Salmito Filho (PDT), que comanda a comissão, não respondeu se houve ou não o comunicado ao Parlamento Municipal.
Também não houve resposta acerca das acusações feitas pelo vereador durante o discurso na tribuna.
Andamento da CPI
Os deputados estaduais iniciaram ontem as oitivas com testemunhas na CPI que investiga possível envolvimento das associações militares com os motins de policiais em fevereiro de 2020.
O presidente da APS, Cleyber Araújo, primeiro depoente, foi indagado sobre possíveis ligações políticas da entidade, sobre custeio de atos políticos pela associação e também sobre as movimentações bancárias da instituição.