Lula discursa em reunião do G7 e defende reforma do Conselho de Segurança da ONU
O presidente do Brasil destacou que, sem reforma, ONU não terá 'autoridade política e moral para lidar com os conflitos' do século 21
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou durante sessão de trabalho do G7, em Hiroshima, no Japão, neste sábado (20). Durante a fala, o presidente criticou a formação de "blocos antagônicos" e defendeu a reforma no Conselho de Segurança da ONU.
Ele declarou que "sem reforma de seu Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes, a ONU não vai recuperar a eficácia, autoridade política e moral para lidar com os conflitos e dilemas do século XXI".
O presidente do Brasil participou do encontro chamado "Trabalhando Juntos para Enfrentar Múltiplas Crises".
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No pronunciamento, ele relembrou que é a sétima vez que é convidado para a reunião do G7, que reúne Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
Lula também criticou o protecionismo dos países ricos e disse que há "enfraquecimento do sistema multilateral de comércio".
"A Organização Mundial do Comércio permanece paralisada. Ninguém se recorda da Rodada do Desenvolvimento. Os desafios se acumularam e se agravaram. A cada ameaça que deixamos de enfrentar, geramos novas urgências".
Combate à fome
Outro ponto destacado foi a defesa do crescimento sustentável e os esforços dos países para políticas de combate à fome, à pobreza e à desigualdade.
"A falsa dicotomia entre crescimento e proteção ao meio ambiente já deveria estar superada. [...] Para isso já temos uma bússola, acordada multilateralmente: a Agenda 2030".
Ele também destacou que nenhum país conseguirá enfrentar isoladamente as ameaças sistêmicas da atualidade."A solução não está na formação de blocos antagônicos ou respostas que contemplem apenas um número pequeno de países", completou.
O que é o G7?
A expressão G7 é a abreviação de Grupo dos Sete, uma organização de líderes de países mais industrializados do mundo: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
O grupo é restrito às sete nações, mas outras, a exemplo do Brasil, podem ser convidadas para as cúpulas. Para Hiroshima foram chamados representantes de Austrália, Brasil, Vietnã, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Comores e Ilhas Cook.