Filho de Bruno Covas rebate ataque de Bolsonaro contra pai: 'fala covarde'
Tomás Covas reagiu às críticas ditas pelo presidente a apoiadores na porta do Palácio do Planalto na segunda-feira (2)
O filho do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB-SP), Tomás Covas, de 15 anos, rebateu as críticas feitas, na segunda-feira (2), por Jair Bolsonaro (sem partido) contra seu pai. O jovem disse que o presidente fez uma "uma fala covarde" ao atacar quem não pode mais se defender. Bruno Covas morreu em maio deste ano após uma longa batalha contra o câncer.
"Uma tristeza as agressões vazias do presidente contra meu pai. Não é certo atacar quem não está mais aqui para se defender. Meu pai sempre foi um homem sério e fez questão de me levar ao Maracanã no fim da sua vida para curtirmos seus últimos momentos juntos. Isso é amor! Bolsonaro nunca entenderá esse sentimento"
Na ocasião, Bolsonaro declarou a apoiadores na porta do Palácio do Planalto, referindo-se a Covas: "O outro, que morreu, fecha São Paulo e vai assistir a Palmeiras e Santos no Maracanã". O presidente relembrou o episódio acontecido em janeiro, quando o então prefeito foi ao Rio de Janeiro assistir à final da Libertadores no Maracanã com o filho Tomás.
"Lamento a fala dita hoje [segunda-feira] pelo incompetente e negacionista presidente Bolsonaro. Em uma fala covarde hoje durante a tarde, ele atacou quem não está mais aqui conosco, não dando o direito de resposta ao meu pai. Além disso, cumprimos com todos os protocolos no estádio do Maracanã, utilizando a máscara e sentando apenas nas cadeiras permitidas", disse Tomás em mensagem enviada à reportagem da Folhapress.
Na segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já havia condenado a fala do gestor federal.
"A desumanidade de Bolsonaro, agredindo de forma covarde Bruno Covas, só demonstra ainda mais sua falta de respeito pelos vivos e pela memória dos mortos", publicou o tucano.
Na época da partida, o então prefeito chegou a ser criticado nas redes sociais, e respondeu com uma manifestação em seu perfil no Instagram.
"Depois de 24 sessões de radioterapia meus médicos me recomendaram 10 dias de licença para recuperar as energias. Isso foi até a última quinta (28/01). Resolvi tirar mais 3 dias de licença não remunerada para aproveitar uns dias com meu filho. Fomos ver a final da libertadores da América no Maracanã, um sonho nosso. Respeitamos todas as normas de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias do RJ. Mas a lacração da Internet resolveu pegar pesado. Depois de tantas incertezas sobre a vida, a felicidade de levar o filho ao estádio tomou uma proporção diferente para mim. Ir ao jogo é direito meu. É usufruir de um pequeno prazer da vida. Mas a hipocrisia generalizada que virou nossa sociedade resolveu me julgar como se eu tivesse feito algo ilegal. Todos dentro do estádio poderiam estar lá. Menos eu. Quando decidi ir ao jogo tinha ciência que sofreria críticas. Mas se esse é o preço a pagar para passar algumas horas inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência tranquila", escreveu Bruno.