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Entenda por que O Conto da Aia é mencionado na discussão do PL 1904 sobre o aborto

O livro retrata um país fictício onde mulheres são subjugadas e estupradas para gerarem filhos de famílias poderosas

Escrito por Redação ,
Cena da série de televisão O Conto da Aia
Legenda: No livro e na série, mulheres usam roupas e cores distintas para indicar sua posição na sociedade, e os direitos que elas possuem não limitados. O estupro, por exemplo, é incentivado
Foto: Divulgação

Em meio a discussões sobre o PL 1904 que equipara o aborto a um crime de homicídio, pessoas nas redes sociais começaram comparações com o livro "O Conto da Aia", que fala sobre um país fictício onde os homens subjugam as mulheres e as estupram para terem filhos. A ficção foi escrita em 1985 e derivou uma série de televisão de sucesso em 2017. 

O PL 1904, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) quer alterar o código penal e fazer com que abortos realizados após 22 semanas, mesmo com mulheres ou jovens estupradas, sejam considerados homicídio simples. Nesta semana, a urgência do projeto foi aprovada na Câmara dos Deputados. 

Atualmente, o Brasil permite aborto quando a gestação é fruto de estupro, quando o feto nasce anencéfalo e quando a gestação tem risco para a vida de quem carrega. Caso o PL seja aprovado, quem decidir abortar pode encarar até 20 anos de prisão. 

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Gilead e Brasil 

No X, internautas começaram a comprar o Brasil com Gilead, o país fictício de O Conto da Aia. As aias são mulheres que têm a função de gerar filhos para famílias dominadas por homens. 

As mulheres usam roupas e cores distintas para indicar sua posição na sociedade. As aias usam vermelho e as mulheres casadas usam azul. "O conto da aia cada vez mais perto de virar uma realidade", opinou um internauta. 

"A Gillead retratada por Margareth Atwood em O Conto da Aia tem cada vez mais semelhanças com a construção política que os parlamentares direcionam ao Brasil. É o uso da democracia para acabar com a própria democracia através do fundamentalismo religioso", disse outro.

Veja reações: 

 

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