Padre Kelmon gasta 97% do fundo eleitoral com agência de marketing de 'amigo' do PTB

Valor repassado só pelo substituto de Roberto Jefferson no pleito é de R$ 1,4 milhão

Escrito por Redação ,
Padre Kelmon em ato de campanha
Legenda: Padre Kelmon substituiu de última hora Roberto Jefferson, que seria o candidato do PTB à presidência se não estivesse inelegível até dezembro de 2023.
Foto: Divulgação/Padre Kelmon

A B2C Marketing, agência prestadora de serviços a candidatos do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), recebeu R$ 1,4 milhão do fundo eleitoral — um fundo público destinado ao financiamento das campanhas eleitorais. O valor representa 97% do valor repassado à campanha do presidenciável Padre Kelmon (PTB), substituto de última hora de Roberto Jefferson (PTB) no pleito.

Segundo o Metrópoles, apenas outros dois candidatos contraram os serviços da empresa: Coronel Moreno e Marcelo Hipólito, postulantes ao Governo do Distrito Federal e ao Senado, respectivamente. Moreno pagou R$ 125 mil à B2C e Hipólito, R$ 75 mil.

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Incongruências

Ainda de acordo com o Metrópoles, a agência tem "incongruências". Isso porque ela não funciona no endereço que declara à Receita Federal, conforme revelou O Globo, e porque a empresa pertence a Bruno Cortez, um "velho conhecido" do PTB.

Em 2021, como funcionário da D'uart Produtora de Filmes e Eventos, Cortez recebeu R$ 746 mil do partido. Além disso, já ocupou cargo de confiança na Câmara dos Deputados, em 2005, quando Roberto Jefferson ainda era deputado federal — o político está inelegível até dezembro de 2023.

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Justificativa

Ao O Globo, a agência de Cortez justificou que o endereço registrado na Receita é um escritório de coworking em um shopping de Cuiabá, no Mato Grosso.

No entanto, a Use Coworking, que administra o espaço, afirmou que a agência não utiliza mais o local, mas manteve contrato de endereço fiscal para receber correspondências até dezembro de 2020.

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