De saída do PDT, deputados apontam PSB como 'caminho natural', mas ainda avaliam outros partidos
Na última terça-feira (26), o TSE confirmou a decisão que autoriza os deputados estaduais a se desfiliarem do PDT sem risco de perda de mandato
Dez deputados estaduais e quatro suplentes estão mais perto de deixarem as fileiras do PDT. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, na última terça-feira (26), decisão que autoriza a desfiliação dos parlamentares sem risco de perda de mandato.
Os deputados beneficiados pela decisão são aqueles que ficaram ao lado do senador Cid Gomes (PSB) no racha interno vivenciado pelo PDT ao longo de 2023. De um lado, o ex-governador tentou ficar com o comando do diretório estadual para reconstruir a aliança entre PDT e PT — quebrada na disputa eleitoral pelo Palácio da Abolição em 2022.
Sem sucesso na tentativa, Cid Gomes e cerca de 40 prefeitos desembarcaram no PSB em ato de filiação realizado em fevereiro deste ano. O "caminho natural" seria seguir o senador no novo partido, apontam deputados estaduais ouvidos pelo PontoPoder. Contudo, existem outras possibilidades na mesa e "não há uma pressa" na definição.
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Por enquanto, os parlamentares aguardam o retorno de Cid ao Ceará, o que só deve ocorrer na próxima semana. Ele está na Alemanha em agenda oficial para tratar de novas energias, especialmente de hidrogênio verde.
A conversa para definição deve contar, além do senador, com o governador Elmano de Freitas (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT). A aposta dos parlamentares é de que o ato de filiação deve ficar apenas para 2025, inclusive para aguardar o trânsito em julgado do processo que tramita na Justiça Eleitoral.
Entre as lideranças pedetistas, o assunto não é maximizado, pelo menos de maneira pública. Procurado, o ex-senador Flávio Torres, presidente do PDT Ceará, preferiu não dar ênfase para a saída dos parlamentares após decisão judicial.
Torres foi indagado se o diretório estadual pretendia convocar alguma reunião para debater o assunto. Em resposta, o político alegou que o grupo "já se reúne há tempos sem eles" e que irão "só continuar".
A reportagem buscou o ministro da Previdência, Carlos Lupi, e o deputado federal André Figueiredo, presidente nacional licenciado e presidente nacional interino do PDT, a fim de tratar sobre como será tratada a discussão do êxodo de correligionários internamente. Não houve resposta até a publicação desta matéria. O conteúdo será atualizado caso haja uma resposta.
'Caminho natural'
Líder do Governo Elmano, Romeu Aldigueri (PDT) afirma que a ida para o PSB é "o caminho natural" para os parlamentares que irão deixar o PDT. A expectativa dele é de que, ainda em dezembro, seja possível se reunir com o presidente do PSB Ceará, Eudoro Santana, e o senador Cid Gomes para discutir a questão.
A "tendência" apontada por ele é de que todos os deputados estaduais e suplentes sigam pelo mesmo caminho. O deputado estadual Sérgio Aguiar (PDT) confirma: "O espírito, até o final do 2º turno, é que houvesse essa migração em massa", disse.
Apesar de não confirmar a ida, ele diz que a filiação ao PSB é "um caminho quase natural". Um dos motivos é a ida de prefeitos, vices e vereadores para o partido para concorrer às eleições municipais de 2024. Contudo, ele pondera que a "expectativa é de que no mês de janeiro ou fevereiro haja uma definição", empurrando a decisão para o ano que vem.
As conversas com os líderes do projeto — como Cid, Elmano e Camilo — são consideradas fundamentais pelos parlamentares e, aponta o suplente em exercício Guilherme Bismarck (PDT), devem acontecer apenas depois da eleição na Assembleia Legislativa do Ceará, prevista para a próxima segunda-feira (2). Ele disse que a "tendência" é a filiação ao PSB, mas lembrou que o prefeito de Aracati, Bismarck Maia, pai dele, é presidente estadual do Podemos.
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O parlamentar não foi o único a citar a possibilidade de ida para outras legendas. Osmar Baquit (PDT) disse que recebeu três convites para filiação, mas sem citar de quais partidos. "Ainda não decidi, vou analisar com calma. Não tenho pressa de decidir", disse.
Licenciado do cargo na Alece após assumir o comando da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Governo do Ceará, Oriel Nunes Filho (PDT) aponta que deve seguir um caminho diverso da "tendência" apontada pelos colegas.
"Eu provavelmente irei para o PT. Ainda não tomei a decisão, mas é o mais certo. Tive convite do deputado (José) Guimarães, estou bem ligado ao Evandro (Leitão, do PT), é mais natural", diz, reforçando que uma eventual filiação deve ficar para 2025.
Irmã de Cid Gomes, Lia Gomes (PDT) é a única parlamentar que confirmou a definição do novo partido: "deve ir para o PSB", informou por meio da assessoria de imprensa.
Jeová Mota (PDT) revelou que a tendência é que ele desembarque no PSB, mas frisou que haverá uma reunião da bancada aliada ao Cid tão logo que o líder do grupo retorne do exterior, para que fique definido o futuro partidário dos parlamentares.
"A princípio, o partido que a gente tinha conversado era o PSB, o qual o Eudoro Santana é o presidente e o Cid é o vice-presidente", pontuou Mota, afirmando ainda que o encontro deve acontecer quando o senador voltar de viagem.
Os deputados titulares Bruno Pedrosa, Guilherme Landim, Marcos Sobreira e Salmito Filho, assim como o suplentes em exercício Antônio Granja foram indagados pelo PontoPoder sobre para qual partido devem seguir. Caso haja resposta, a reportagem será atualizada.