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Câmara derruba reconhecimento facial e aprova instalação de câmeras de segurança em Fortaleza

Projeto da Prefeitura foi aprovado em discussão única e segue para redação final; assunto abriu debate sobre privacidade da população

Escrito por Felipe Azevedo , felipe.azevedo@svm.com.br
Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza
Legenda: Matéria agora segue para redação final
Foto: Érika Fonseca / CMFor

Depois de gerar polêmica entre base e oposição e ter sido travado nas comissões temáticas, um projeto que prevê a instalação de câmeras de segurança nas ruas foi aprovado em discussão única nesta quinta-feira (3), na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). O assunto, que agora vai para redação final, gerou um debate sobre privacidade da população após uma emenda que autorizava a tecnologia de reconhecimento facial. 

Esse ponto, no entanto, foi rejeitado após pressão de opositores contra o relator do projeto na Comissão Conjunto de Constituição e Orçamento (CCO), o vereador Gardel Rolim (PDT), que é líder do governo. A implantação do reconhecimento facial foi proposta pelo vereador Sargento Reginauro (União), que faz oposição na Casa. 

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Desde que deu entrada em regime de urgência  na Câmara, no último dia 18 de outubro, o projeto do prefeito José Sarto (PDT) vem sendo alvo de críticas por vereadores que fazem oposição à esquerda à gestão. 

Uma nota assinada pela bancada do PSOL e apresentada ainda na semana passada, por exemplo, foi de encontro à ideia de haver reconhecimento facial na tecnologia prestes a ser implantada na Capital. 

Em discurso na Câmara nesta quinta-feira, a vereadora Adriana do Nossa Cara (PSOL) voltou a criticar a proposta. O vereador Ronivaldo Maia (sem partido), por sua vez, propôs que o assunto fosse melhor discutido em uma audiência pública.

"Essa é uma matéria que deve ser discutida amplamente com a sociedade, é necessário saber o que a população pensa sobre isso, ouvir especialistas, as empresas que prestam esses serviços, os órgãos de segurança pública”, a vereadora Larissa Gaspar (PT).

Procurado para tratar sobre a rejeição às emendas, o vereador Gardel Rolim não respondeu até a publicação da matéria.

Autor da emenda sobre reconhecimento facial, Sargento Reginauro afirmou que "é necessário pesar o que é a maior prioridade da população nesse momento. Tenho certeza que o fortalezense deseja muito mais ter segurança. O reconhecimento facial é uma ferramenta eficaz para retirar de circulação criminosos procurados pela Justiça e que põem a vida do cidadão em risco a todo momento”. 

Larissa Gaspar na CCO
Legenda: Vereadora Larissa Gaspar foi uma das que atuou para retirada do reconhecimento facial; também foram contra a emenda os vereadores do PSOL.
Foto: CMFor

Tramitação

No total, foram apresentadas 14 emendas ao projeto, e apenas uma delas teve parecer favorável. A emenda que previa a tecnologia do reconhecimento facial foi rejeitada junto com as demais. 

A única emenda aprovada também foi proposta pelo vereador Sargento Reginauro. O texto apresentado nesse caso estabelece que o videomonitoramento proposto pela Prefeitura poderá atuar em “interoperação” com outros equipamentos públicos que já têm câmeras instaladas.

Entre as emendas rejeitadas está a do vereador Júlio Brizzi, que é base do Governo e líder da bancada do PDT. O parlamentar havia proposto que câmeras fossem instaladas no fardamento dos guardas municipais. 

O que diz o projeto

De acordo com o texto, as câmeras visam a captação de imagens, ao tratamento de dados e informações produzidas no território municipal, mantendo estrito respeito à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. 

A gestão apresenta ainda os objetivos gerais da proposta: 

  • Contribuir para melhorar a sensação de segurança pública.
  • Contribuir para melhorar a gestão do espaço urbano construído e natural.
  • Contribuir para a gestão dos serviços públicos e do meio ambiente. 

Votaram contra a proposta os vereadores Adriana do Nossa Cara (PSOL), Gabriel Aguiar (PSOL), Ronivaldo Maia (sem partido) e Jorge Pinheiro (PSDB). A matéria agora segue para a redação final.

 

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