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Bolsonaro é alvo de operação da PF e deve entregar passaporte em até 24 horas

Polícia apreendeu o celular de um dos assessores do ex-presidente, Tercio Arnaud Tomaz

Escrito por Redação ,
Jair Bolsonaro
Legenda: PF deflagrou operação contra organização criminosa que atuou em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, visando obter vantagem política para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência
Foto: Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos da operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (8) que investiga uma organização criminosa que atuou em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. De acordo com informações da Agência Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Bolsonaro entregasse o passaporte e deu o prazo de 24 horas para que ele colocasse o documento à disposição das autoridades.

A PF foi à casa do ex-mandatário, em Angra dos Reis (RJ), e apreendeu o celular de um dos assessores dele, Tercio Arnaud Tomaz. Segundo a jornalista Andréia Sadi, da Rede Globo, Bolsonaro também está impedido de contatar os outros alvos da operação da PF.

"Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável. Me esqueçam, já tem outro governando o País", teria dito Bolsonaro, conforme a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. O ex-presidente afirmou que está ainda se inteirando das buscas e apreensões e das prisões e que não poderia dar mais declarações.

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A operação foi deflagrada após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ter fechado acordo de colaboração premiada junto a investigadores da PF. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral Federal (PGR) e já recebeu a homologação pelo STF.

Operação Tempus Veritatis

A Operação Tempus Veritatis atinge nomes como Braga NettoAugusto Heleno, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que é cearense, e Anderson Torres, além de outros aliados do ex-presidente, como Valdemar Costa Neto.

A operação já prendeu os ex-assessores Filipe Martins e o coronel Marcelo Câmara.

Além dos mandados de prisão preventiva, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de sair do País, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.

As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Há cumprimento de mandado no Ceará e nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Diário do Nordeste solicitou à PF detalhes sobre a operação no Estado e aguarda retorno.

Nesta fase, segundo a PF, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de 2022, antes mesmo do pleito, para viabilizar e legitimar uma intervenção militar. A dinâmica, conforme a PF, era "de milícia digital".

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