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Após fala de Ciro, Forças Armadas e Defesa apresentam notícia-crime contra pré-candidato

Pedetista fez críticas à atuação do Exército em áreas da Amazônia; Ciro diz que fala foi para setores específicos das Forças Armadas

Escrito por Felipe Azevedo , felipe.azevedo@svm.com.br
Ciro Gomes em evento do PDT
Legenda: Ciro Gomes lançou nota de esclarecimento na manhã desta sexta-feira (24)
Foto: Thiago Gadelha

O Ministério da Defesa e as Forças Armadas apresentaram nesta quinta-feira (23) uma notícia-crime contra o pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT). No documento, Ciro é acusado de "incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou dela contra poderes constitucionais, as instituições".

Em nota publicada nesta sexta-feira (24), o presidenciável cearense diz que a iniciativa tenta "distorcer as críticas" feitas por ele sobre a atuação do Exército em áreas da Amazônia. A fala de Ciro foi diz durante uma entrevista à Rádio CBN. 

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Segundo o pré-candidato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) destruiu construções de comando e controle na região e transformou o local em “holding de crime".

O político também diz que o "narcotráfico é claramente protegido por autoridades brasileiras, inclusive as Forças Armadas".

Notícia-crime

“Não é admissível, em um estado democrático, que sejam feitas acusações infundadas de crime, sem a necessária identificação da autoria por parte do acusador e sem a devida apresentação de provas, ainda mais quando dirigidas a Instituições perenes do Estado brasileiro”, diz o ministério, em nota. 

Ainda no posicionamento desta sexta-feira, Ciro afirmou que "em nenhum momento, disse que as Forças Armadas, enquanto instituições de estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa". 

"Afirmei – e reafirmo – que frente à desenvoltura com que um tipo de estado paralelo age na área, é impossível não imaginar que alguns membros das forças de segurança possam estar sendo coniventes por dolo ou omissão", completou o presidenciável.

O pedetista comentou ainda sobre diferenciar ações das Forças Armadas com "possíveis erros de alguns membros". 

Confira a nota sobre a notícia-crime na íntegra:

O Ministério da Defesa e as Forças Armadas repudiam, veementemente, as irresponsáveis declarações do senhor Ciro Ferreira Gomes, que, em entrevista a uma emissora de rádio de abrangência nacional, veiculada na terça-feira (21.6), acusou as Forças Armadas de serem coniventes com o crime organizado na Amazônia. Tais acusações levianas afetam gravemente a reputação e a dignidade dessas respeitadas Instituições da Nação brasileira, cuja honra, valores e tradições se confundem com a própria identidade do Povo brasileiro.

Não é admissível, em um estado democrático, que sejam feitas acusações infundadas de crime, sem a necessária identificação da autoria por parte do acusador e sem a devida apresentação de provas, ainda mais quando dirigidas a Instituições perenes do Estado brasileiro. 

Em razão disso, o Ministro da Defesa e os Comandantes das Forças Armadas apresentaram, nesta quinta-feira (23.6), notícia de crime ao Procurador-Geral da República contra o senhor Ciro Ferreira Gomes, com o objetivo de que seja apurado o suposto cometimento dos crimes de “Incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade” (artigo 286, parágrafo único, do Código Penal); e “Propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas ou a confiança que estas merecem do público” (artigo 219, do Código Penal Militar).

Por fim, as Forças Armadas muito se orgulham de atuar na defesa e na proteção da Amazônia e de realizar, regularmente, ações de combate a ilícitos ambientais e transfronteiriços, desenvolvidas em conjunto com outros órgãos governamentais, bem como no auxílio à população brasileira nas situações de dificuldade e nas atividades em prol do seu bem-estar e do desenvolvimento nacional. Graças à sua conduta, os militares contam com a mais elevada confiança dos brasileiros.

Brasília-DF, 23 de junho de 2022.

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