Alexandre Frota desiste de integrar equipe de transição do governo Lula após críticas
Deputado federal havia sido anunciado para a área de cultura
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB) declinou do convite de participar da equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (24). O parlamentar afirmou estar sendo vítima de ataques.
O nome de Frota foi anunciado pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da equipe de transição, na terça-feira (22). Ele deveria integrar a área de Cultura, com papel de acompanhar as pautas da transição com o olhar do legislativo.
"Tenho visto os ataques covardes e preconceituosos que eu tenho recebido por ter sido convidado para a transição na Cultura", afirmou Frota em publicação nas redes sociais na noite desta quinta-feira. "O preconceito está na transição que fala em um país plural", disse.
O preconceito está na cabeça deles que falam da diversidade, de oportunidades pra todos, de respeito as diferenças, sem julgamentos (não é bem assim). Como estou de boa e não quero problemas, vou ficar com minha família e declinar do convite. Obrigado.
A indicação de Frota havia sido criticada por alguns internautas e nomes públicos, como o ator José de Abreu. Ele classificou a escolha como um "desrespeito aos artistas" e afirmou que o deputado é considerado uma piada no meio artístico. Frota já atuou em telenovelas e em filmes adultos.
O político é ex-apoiador de Jair Bolsonaro (PL) e era do mesmo partido que elegeu o presidente em 2018, PSL. Ele foi expulso da legenda após começar a criticar o governo, em 2020.
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Equipe de transição
O ex-ministro Guido Mantêga foi um dos indicados que também deixou a equipe de transição. Ele integrava o time do Orçamento e Planejamento e alegou que os adversários políticos estavam explorando um processo que enfrenta no Tribunal de Contas da União (TCU).
"Em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por oito anos", afirmou Guido em sua carta de renúncia.
O processo de transição é previsto na Lei Federal 10.609/2002; tem início 2 dias úteis após o turno que decide as eleições presidenciais e termina 10 dias após a posse do eleito.
No período, são criados 50 Cargos Especiais de Transição Governamental (CETG) que atuam remuneradamente. Os demais integrantes dos grupos técnicos são convocados para atuar de forma voluntária.